Bolsa Família garantiu também o respeito às mulheres

“Não sei o quanto
temos consciência
de que aconteceu
uma revolução
social no Brasil”

Além de transferir renda, o programa Bolsa Família conseguiu uma revolução em uma das tradições mais arraigadas no Brasil: em vez de poder nas mãos dos homens, o controle do gerenciamento do benefício é das mulheres. “Não sei o quanto temos consciência de que aconteceu uma revolução social no Brasil”, disse filósofa Marilena Chauí, durante o lançamento do livro organizado pelo sociólogo Emir Sader, na noite dessa segunda-feira (13),em São Paulo .

 

Ela explicou que ao transferir para as mulheres a posse dos recursos repassados pelo programa, foi alterada, também, a forma de uma família se relacionar. “Isso alterou o modo de constituição da relação familiar, da relação homem-mulher e da maneira pela qual as mulheres se percebem como sujeitos sociais, como sujeitos políticos, e não apenas como instrumento de uso. Isso é gigantesco”, disse ela.

 

Outra transformação dos últimos dez anos, segundo a professora da USP, foi a melhora econômica da classe trabalhadora. Ela é avessa ao conceito de “nova classe média”. Para Chauí, o que define uma classe social não são os bens de consumo dos quais as pessoas dispõem, mas sim as relações dentro do modo de produção capitalista. “A perspectiva de dispor de um conjunto de bens de consumo de massa e de um conjunto de direitos sociais significa mudar de classe? Não. Significa que a classe conquistou seus direitos e seu lugar”, defende.

 

Márcio Pochmann, que é professor da Unicamp e presidente da Fundação Perseu Abramo, ressaltou a ampliação de direitos e oportunidades para a população de baixa renda. “O povo brasileiro se transformou no grande protagonista das transformações que vemos hoje. Este é um marco inegável da transformação da democracia de uma elite para uma democracia de massa. O caminho é universalizar as possibilidades que por muito tempo foram para poucos.”

 

O livro “10 anos de governos pós-neoliberais: Lula e Dilma”, editada pela Boitempo e pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), é uma coletânea de 21 textos sobre o período, para os quais colaboram diversos intelectuais, entra eles a própria Chauí. Além da filósofa, participaram do debate de lançamento o economista Márcio Pochmann (também coautor) e o sociólogo Emir Sader, responsável pela organização do livro.

 

Com informações da Rede Brasil Atual

 

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