Bolsa Família reorganizou a atuação para chegar aos mais pobres

Durante a abertura do Ciclo de debates sobre os 10 anos do programa, a ministra Tereza Campello destacou que, além de beneficiar os mais pobres, o Bolsa Família também transformou o processo de implantação de políticas sociais no Brasil.


Ao longo dos 10 anos, foram adotadas ações
nas áreas de educação, saúde e geração de
renda voltada aos beneficiários do programa

Ao longo dos últimos 10 anos, o Programa Bolsa Família não só gerou só um conjunto de benefícios para os mais pobres, mas também possibilitou a construção do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, principal ferramenta de apoio às políticas públicas sociais no Brasil. A avaliação foi feita pela ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, durante a abertura do Ciclo de Debates 10 Anos do Programa Bolsa Família: Avanços, Efeitos e Desafios, nesta terça-feira (13), em Brasília. O evento é organizado pelo MDS, em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Associação Brasileira de Estudos Populacionais (ABEP).

“Um dos frutos mais importantes desses 10 anos de Bolsa Família é ter transformado a forma de atuar do Estado brasileiro. É um mapa que permite que o governo se reorganize para chegar à população mais pobre”, ressaltou Tereza Campello. A ministra destacou os impactos do Bolsa Família sobre a população brasileira que faz com que o programa seja reconhecido mundialmente, como a contribuição para a redução da mortalidade infantil, a diminuição da evasão escolar, a nutrição das crianças e o empoderamento das mulheres, entre outros. “Não basta o país crescer para que a população tenha acesso a trabalho, para que tenha acesso à inclusão, ao consumo e a oportunidades. O Estado tem que atuar sim para quebrar essas barreiras”.

As discussões desta terça-feira, no ciclo de debates, têm foco no acesso ao mercado de trabalho e na inclusão produtiva dos beneficiários. A ministra reconheceu que ainda é recorrente a discussão de mitos sobre o programa, como o de que a oferta da transferência de renda desestimula o trabalho. “É importante enfrentar este tipo de ideia, que não reconhece a desigualdade histórica deste país, que levou a população a ter uma situação de baixa escolaridade, com problemas graves de saúde e com falta de acesso a serviços e informações que impediam uma inclusão do ponto de vista econômico”, afirmou.

tereza

“O Bolsa Família é um mapa que permite
que o governo se reorganize para chegar
à população mais pobre”

Por último, a ministra destacou a procura pela qualificação profissional dos beneficiários do Bolsa Família. Até o início de agosto, os cursos do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) voltados ao público do Plano Brasil Sem Miséria já registraram mais de 619 mil matrículas.

O secretário executivo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Paulo Roberto dos Santos Pinto, o coordenador residente do Sistema Nações Unidas no Brasil, Jorge Chediek, a diretora da OIT no Brasil, Laís Abramo, e o presidente da ABEP, Cassio Maldonado Turra, também participaram da mesa de abertura.

O Ciclo de Debates terá cinco encontros entre acadêmicos, pesquisadores, representantes governamentais e a sociedade para discutir a importância do programa de transferência de renda para a trajetória escolar das crianças e jovens, a participação dos beneficiários no mercado de trabalho, os padrões de consumo das famílias, o impacto do Bolsa Família no desenvolvimento regional e a gestão das políticas sociais.

As ações do MDS, com base no Bolsa Família, tem impacto direito na educação e saúde dos beneficiários e suas famílias. Além das condicionalidades existentes no programa, atuações na área de segurança alimentar, prevenção às drogas e geração de emprego renda são destaques. Uma das principais vertentes são os programas de qualificação do trabalhador e treinamento para o microempreendorismo.

O Bolsa Família virou referência mundial, segundo a própria Organização das Nações Unidas (ONU), que passou a indicar o programa como exemplo para a superação da pobreza e inclusão social. Dados do PNUD, revelaram no fim do mês passado, que a redução da desigualdade foi de 80% no País.

Para a Organização Internacional do Trabalho (OIT), a implementação do programa contribuiu, inclusive, para a redução do trabalho infantil no Brasil.

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