Viana: País paga caro por não continuar o investimento em rodovias

Viana: País paga caro por não continuar o investimento em rodovias

Viana comemorou apresentação de primeiro estudo de viabilidade da Ferrovia BioceânicaO senador Jorge Viana (PT-AC) comemorou a apresentação, em audiência pública no Senado, nesta quarta-feira (29), do primeiro estudo de viabilidade do projeto de construção da Ferrovia Transcontinental Bioceânica Brasil-Peru.

O projeto da ferrovia começou formalmente em 2014, quando o presidente chinês Xi Jinping esteve no Brasil e nomeou um consórcio para iniciar as tratativas de elaboração da proposta. Em novembro do mesmo ano, foi assinado o memorando de entendimento criando um grupo de trabalho trilateral para a ferrovia, envolvendo a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China, o Ministério dos Transportes do Brasil e o Ministério do Transporte e Comunicação do Peru.

Em março de 2015, foi assinado o memorando de entendimento para o estudo básico conjunto sobre a viabilidade da ferrovia e, no mesmo mês, ocorreu a assinatura do memorando que precedeu a apresentação do estudo.

“Agora o estudo é objeto de uma discussão com os órgãos dos governos brasileiro e peruano. Em maio de 2015, o Primeiro Ministro Chinês visitou o Brasil e assinou com a presidente Dilma o convênio de negócios, investimento e cooperação com o propósito de aplicarem US$ 53 bilhões nas áreas de agricultura, aeronáutica, automotiva, bancária, energia, transporte, estradas, portos e siderurgia”, lembrou o senador, em discurso ao plenário. “Um País como o nosso, que já perdeu tanto tempo, tem que seguir em muitas frentes, com as dificuldades que o momento impõe”, emendou.

O investimento do governo chinês no Brasil se justifica, segundo Viana, porque a nação asiática será uma grande beneficiária do projeto. “O governo chinês conseguiu implementar no país, o mais importante, o mais amplo e o maior programa de ferrovias do mundo. Nunca um país construiu tantas ferrovias em tão pouco tempo como a China. E é esse governo que tem interesse de fazer essa ferrovia, para não ficar na dependência do Canal do Panamá, que direta ou indiretamente tem a influência dos Estados Unidos”, explicou.

Viana lembrou ainda que há 100 anos o Brasil priorizou a construção de ferrovias. Lamentavelmente, essa visão de desenvolvimento acabou sendo abandonada, dando lugar às rodovias. “Estamos pagando caro por isso”, disse.

A ferrovia bioceânica contará com 5,3 mil quilômetros, dos quais, 2,9 mil estarão dentro do território brasileiro. O traçado passará pelo Centro-Oeste, por Goiás e Mato Grosso, seguirá para Rondônia, passará pelo Acre e atravessará o Peru até o Pacífico. No Acre, explicou Viana, há três possibilidades de traçado: um por Assis Brasil; outro central e um outro passando por Cruzeiro do Sul.

Confira a apresentação de Mário Rodrigues Júnior, Diretor-Presidente da Valec

Confira a apresentação de Bi Qiang, China Railway Eryuan Engineering Group Co. – CREEC


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