Cardozo recorre contra redução dos prazos para defesa da presidenta Dilma

Cardozo recorre contra redução dos prazos para defesa da presidenta Dilma

Cardozo: “Nos pareceu claro que havia intenção muito forte de setores de abreviar o mais possível o processo de impeachment”O advogado-geral da União afastado e atual defensor da presidenta Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo, encaminhou, nesta sexta-feira (3), recurso ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, contestando a decisão da comissão especial do impeachment que encurtou os prazos para defesa.

Depois de toda a sorte de manobras e manipulações dos golpistas promovidas na Comissão, nessa quinta-feira (2), Cardozo disse, em entrevista à imprensa, que apresentará outros três recursos. “Nos pareceu claro que havia intenção muito forte de setores de abreviar o mais possível o processo de impeachment. Nos pareceu bastante claro”, completou.

Na reunião da comissão, além de tesourarem em 20 dias os prazos para a entrega das alegações finais, o relator do processo, o tucano Antônio Anastasia (MG) recusou-se a aceitar como parte da defesa as gravações de conversas entre o ex-presidente da Transpetro, Sergio Machado, e o breve ministro interino do Planejamento, Romero Jucá.

Como se não fosse o suficiente para caracterizar o pavor de que o impeachment seja derrotado e a presidente volte, a comissão de maioria golpista ainda desrespeitou o rito de impeachment estabelecido pelo Supremo e insistiu em votar os pedidos de audiência e produção de provas em bloco. E sequer deram ao advogado o direito de conhecer o conteúdo dos requerimentos. Tratoraram qualquer possibilidade de defesa, levando os senadores da base da presidenta e o próprio Cardozo a se retirarem da sessão.

Além do recurso encaminhado hoje, Cardozo disse que vai pedir que os áudios das conversas entre Machado e Jucá sejam incluídos ao processo. “Os áudios  são fatos novos em relação à prova. E nós queremos o óbvio. Queremos que as gravações venham para o processo, porque provam a nossa tese, deixam claro que houve desvio de poder. Não poder juntá-los é o fim do mundo. Nós queremos que sejam juntados”, protestou.

Outro recurso da defesa pedirá a suspeição do relator, Antonio Anastasia (PSDB-MG), porque os autores do pedido de impeachment têm ligação com o PSDB. “O senador Anastaria, por quem temos alta consideração, é do PSDB. Um dos autores, o professor Miguel Reale Júnior, é filiado ao PSDB, e a senhora Janaína Paschoal foi contratada pelo PSDB, segundo ela mesma disse, para fazer estudos sobre o impeachment. Ou seja, há a configuração da violação ética”, disse.

Um terceiro recurso, disse o ex-ministro, está relacionado aos requerimentos apresentados pelos senadores à secretaria da comissão especial. Na avaliação de Cardozo, a defesa tem de ser notificada sobre cada um desses requerimentos, ter tempo para analisá-los e poder se manifestar também sobre cada um, o que, disse o ministro, não ocorreu até agora.

 

Com informações das agências de notícias

 

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