Casos graves de dengue caem mais de 60%

Queda é reflexo da organização da rede, diagnóstico e tratamento oportuno e capacitação dos profissionais de saúde.

O número de casos graves de dengue caiu este ano 64% em comparação a 2011. A queda foi ainda maior se forem considerados os números de 2010 – percentual de redução de 78%. Os dados constam no balanço epidemiológico divulgado nesta terça-feira (27/11) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

A tendência de queda já havia sido percebida em 2011 quando foram registrados 10.507 casos graves. Para o ministro, os bons resultados são consequência de uma união de fatores,como a organização da rede pública e a conscientização da população, que adotou hábitos de prevenção. “Os dados mostram que nós estamos no caminho certo. Conseguimos um cenário de redução de casos e óbitos com uma estratégia de enfrentamento da dengue: não apenas ir atrás do mosquito, mas melhorar a assistência básica, a capacitação dos profissionais, o aprimoramento das ações e a informatização dos dados de vigilância epidemiológica”, destacou.

Enquanto de janeiro ao início de novembro em 2010, os casos graves da doença chegaram a 17.027, no mesmo período de 2012, o número caiu para 3.774.

A quantidade de óbitos por dengue, no Brasil, também apresentou queda de 62% em comparação com 2010. De janeiro até a primeira semana de novembro, foram confirmados 247 óbitos, sendo que no mesmo período de 2010 foram 650 óbitos. Se a comparação for feita com o ano passado, quando ocorreram 481 mortes, o percentual de queda é de 49%. Seguindo a mesma tendência de redução de casos, 15 estados e o Distrito Federal apresentaram redução no número de óbitos. Destaque também para os estados do Amapá, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e o Distrito Federal que não apresentaram nenhuma morte.

Para o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, a redução do número de casos e óbitos em todo o País só foi possível graças a uma ação conjunta do Ministério da Saúde com os estados e municípios. “Com intervenções relativamente simples que nos renderam resultados extremamente positivos. Porém, essas ações devem ser continuadas e permanentes”, alerta o secretário.

Vigilância

Apesar dos índices positivos, o Ministério da Saúde mantém a vigilância sobre a doença. Até porque os dados, revelados pelo Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa)  também revelaram que 77 municípios brasileiros estão em situação de risco para a dengue. Desses, 58 fizeram a pesquisa pela primeira vez e 10 mantém a situação de risco, a exemplo de 2011. No ano passado, dos 800 municípios pesquisados, 48 foram identificados em situação de risco, 338 em alerta e 414 com índice satisfatório.A pesquisa, que traça um panorama para identificar onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito transmissor da dengue, foi realizado em 1.239 municípios, o que representa um acréscimo de 31% com relação aos participantes de 2011. No ano passado, 800 municípios realizaram o LIRAa.

Para qualificar as ações de vigilância, prevenção e controle da dengue, o Ministério da Saúde está repassando a todos estados e municípios brasileiros R$ 173,3 milhões. Os recursos representam 20% do valor anual do Piso Fixo de Vigilância e Promoção à Saúde e são destinados ao aprimoramento das atividades de controle do vetor, vigilância epidemiológica e assistência ao paciente com dengue.

O montante repassado neste ano significa um acréscimo 87% com relação ao que foi transferido em 2011 e contempla todos os municípios do país. No ano passado, foram transferidos R$ 92,8 milhões a 1.159 cidades que apresentavam maior incidência da doença.

Durante a apresentação do levantamento, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, fez um alerta para que os novos prefeitos não descuidem das medidas de prevenção e controle da dengue. “Nós fazemos um alerta e um pedido para que os prefeitos municipais, nesse período de transição, não deixem de dar continuidade às ações de combate à dengue. O LIRAa  é uma espécie de fotografia da dengue nos municípios, mas o risco persiste e a ação deve ser redobrada nesse período de maior ocorrência da doença”, afirmou o ministro. 

Com informações do Ministério da Saúde

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