Médica sugere programa de atendimento a intoxicados
Quase um ano depois do incêndio que matou 242 jovens na boate Kiss, em Santa Maria (RS), os familiares das vítimas se sentem abandonados. Eles solicitaram ao senador Paulo Paim (PT-RS) a realização de uma audiência pública para debater as consequências da tragédia e meios de fazer com que ela não se repita.
Nesta segunda-feira (02), depois de relatar o drama que passou ao cuidar das vítimas do incêndio na boate, a médica Solange Garcia advertiu os integrantes da CDH da urgência em se adotar um programa de atendimento a pessoas intoxicadas. O programa teria os moldes daquele criado há 20 anos para salvar vidas de cidadãos picados por cobras e outros animais peçonhentos.
Segundo Solange, assim que constatou a intoxicação por cianeto, (gás tóxico que contaminou todo o ambiente por conta da combustão de materiais como espuma e plástico) ela lutou para que fosse importado um antídoto. No entanto, as autoridades médicas e o governo demoraram a perceber a necessidade da compra desse medicamento. Quando, por fim, o remédio chegou a Santa Maria, 19 vidas foram salvas.
A Comissão de Direitos Humanos também debateu os desdobramentos do caso na Justiça. Foi o segundo maior incêndio no Brasil em número de vítimas. Além de Solange Garcia, que é professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), participaram do debate Tarso Monteiro Abrahão, coordenador-Geral da Força Nacional do SUS do Ministério da Saúde; Luis Antonio Camargo de Melo, procurador-geral do Trabalho do Ministério Público do Trabalho; Adherbal Alves Ferreira, presidente da Associação dos Familiares das Vítimas e Sobreviventes da Tragédia na Boate Kiss; e Alex Monaiar, coordenador geral do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (RS); além de representantes do Ministério da Justiça e da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.
Leia mais: