Os pessimistas dormiram inquietos na noite desta quarta-feira (23/01), após terem assistido ao pronunciamento da presidenta Dilma Rousseff em cadeia de rádio e televisão. O desastre por eles apontados no fornecimento de energia elétrica, repetidos com insistência em reportagens, editoriais e colunas da chamada grande imprensa, não aconteceu. Da mesma forma, também não aconteceu o adiamento ou descumprimento do compromisso do governo em reduzir a tarifa para os consumidores residenciais e as indústrias – uma decisão inédita na história do País. Muito pelo contrário. Não há ameaça de o Brasil parar novamente por falta de energia elétrica, como aconteceu com o apagão dos anos de 2001 e 2002, por falta de planejamento, no governo de Fernando Henrique Cardoso. E o corte no preço da tarifa será ainda maior e começará antes do prazo inicialmente previsto. Com o anúncio da presidenta, termina também a disseminação do medo espalhado desde meados de dezembro do ano passado, por aqueles que “por precipitação, desinformação ou algum outro motivo” assustaram a população com cenários catastróficos.
Previsões sem fundamento
Enfatizando que o Brasil, hoje “é um dos poucos países que está, ao mesmo tempo, baixando o custo da energia e aumentando sua produção elétrica”, Dilma anunciou que a redução média da tarifa para as residências foi ampliada de 16,2% para 18% e a da indústria, comércio e agricultura de 28% para 32%. Calando os catastrofistas, completou: “Ao mesmo tempo, com a entrada em operação de novas usinas e linhas de transmissão, vamos aumentar em mais de 7% nossa produção de energia, e ela irá crescer ainda mais nos próximos anos”.
“Surpreende que, desde o mês passado, algumas pessoas, por precipitação, desinformação ou algum outro motivo, tenham feito previsões sem fundamento, quando os níveis dos reservatórios baixaram e as térmicas foram normalmente acionadas”, disse Dilma. “Como era de se esperar, essas previsões fracassaram. O Brasil não deixou de produzir um único kilowatt que precisava, e agora, com a volta das chuvas, as térmicas voltarão a ser menos exigidas”. Para Dilma, essas pessoas, que encontraram acolhida sem questionamentos na imprensa, “cometeram o mesmo erro de previsão os que diziam, primeiro, que o governo não conseguiria baixar a conta de luz. Depois, passaram a dizer que a redução iria tardar. Por último, que ela seria menor do que o índice que havíamos anunciado”.
Todos os riscos e medos propagados não têm fundamento porque o sistema elétrico brasileiro, disse a presidenta, somente no ano passado, recebeu mais 4 mil megawatts e 2.780 quilômetros de linhas de transmissão, números que irão mais do que dobrar neste ano, com mais 8.500 megawatts de energia e 7.540 quilômetros de novas linhas. “Temos uma grande quantidade de outras usinas e linhas de transmissão em construção ou projetadas”, acrescentou. “Elas vão nos permitir dobrar, em 15 anos, nossa capacidade instalada de energia elétrica, que hoje é de 121 mil megawatts. Ou seja, temos contratada toda a energia que o Brasil precisa para crescer, e bem, neste e nos próximos anos”.
Conta de luz menor para todos
Esses avanços, ao contrário do apagão apregoado, vai fazer com que o Brasil tenha “energia cada vez melhor e mais barata”, sublinhou a presidenta, e em quantidade “mais que suficiente para o presente e para o futuro, sem nenhum risco de racionamento ou de qualquer tipo de estrangulamento no curto, no médio ou no longo prazo. Somos um dos poucos países do mundo em que está, ao mesmo tempo, baixando o custo de energia e aumentando sua produção elétrica”.
A presidenta reservou um parágrafo de seu pronunciamento para os brasileiros que vivem em São Paulo, Minas Gerais e Paraná, todos governados pelo PSDB, cujas concessionárias não aceitaram a proposta de redução da tarifa proposta pelo governo federal. Apesar da recusa, garantiu Dilma, os moradores e o setor produtivo desses estados “terão, ainda assim, sua conta de luz reduzida, como todos os brasileiros”. E completou: “Espero que, em breve, até mesmo aqueles que foram contrários à redução da tarifa venham a concordar com o que eu estou dizendo”.
Pessoal do contra, ficando para trás
Ao final do pronunciamento, Dilma lembrou que “neste novo Brasil, aqueles que são sempre do contra estão ficando para trás, pois nosso país avança sem retrocessos, em meio a um mundo cheio de dificuldades”.
Não foi a primeira vez que essas vozes, sempre com ampla receptividade pela mídia, anunciaram um retrocesso que não se confirmou.
“Hoje, podemos ver como erraram feio, no passado, os que não acreditavam que era possível crescer e distribuir renda. Os que pensavam ser impossível que dezenas de milhões de pessoas saíssem da miséria. Os que não acreditavam que o Brasil virasse um país de classe média”, disse a presidenta. “Estamos vendo como erraram os que diziam, meses atrás, que não iríamos conseguir baixar os juros nem o custo da energia, e que tentavam amedrontar nosso povo, entre outras coisas, com a queda do emprego e a perda do poder de compra do salário. Os juros caíram como nunca, o emprego aumentou, os brasileiros estão podendo e sabendo consumir e poupar. Não faltou comida na mesa, nem trabalho. E nos últimos dois anos, mais 19 milhões e 500 mil pessoas, brasileiros e brasileiras, saíram da extrema pobreza”.
“O Brasil”, concluiu Dilma, “está cada vez maior e imune a ser atingido por previsões alarmistas. Nos últimos anos, o time vencedor tem sido o dos que têm fé e apostam no Brasil. Por termos vencido o pessimismo e os pessimistas, estamos vivendo um dos melhores momentos da nossa história. E a maioria dos brasileiros sente e expressa esse sentimento. Vamos viver um tempo ainda melhor, quando todos os brasileiros, sem exceção, trabalharem para unir e construir. Jamais para desunir ou destruir. Porque somente construiremos um Brasil com a grandeza dos nossos sonhos quando colocarmos a nossa fé no Brasil acima dos nossos interesses políticos ou pessoais”.