Durante discurso em plenário nesta terça-feira (25), o parlamentar lembrou a importância de trabalhos em andamento que visam curar o transtorno. Um deles foi conduzido por estudiosos da Universidade de São Paulo e da Universidade da Califórnia, em San Diego, nos Estados Unidos, que descobriram conjuntamente um medicamento que pode combater o distúrbio.
O estudo foi embasado na identificação de uma mutação genética responsável por alguns tipos de autismo, graças ao estudo de um dente de leite pertencente e doado por um menino com diagnóstico do transtorno. A criança tinha “desativada” uma das cópias do gene TRPC6, ligado à regulação de impulsos nervosos em alguns neurônios. Os pesquisadores não só descobriram que essa mutação no TRPC6 impediu células de adquirirem formato e de fazerem conexão entre si, comprovando a ação do gene como fator de propensão ao autismo, como ainda apresentou drogas que podem tratar a disfunção.
“Para os cientistas, todavia, as drogas encontradas não são uma panaceia. Só portadores de mutação no TRPC6 ou em genes similares podem ser beneficiados. O autismo é um amplo espectro de distúrbios e a sua cura não é simples e única”, explicou Paim. No entanto, ele acrescentou que as pesquisas continuam e os resultados encontrados “certamente apontam uma grande esperança para que outros tipos de distúrbios do espectro autista sejam curados”.
Apesar da crença popular de que o autismo seja um transtorno raro, a incidência em crianças é mais comum do que a soma de todos os casos de Aids, câncer e diabetes juntos, segundo a Organização Mundial das Nações Unidas (ONU).