Gleisi diz que houve crime na tatuagem feita por uma pessoa em que a imagem da presidenta Dilma é desrespeitada. “Ofende a todas nós mulheres”Na condição de líder, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) ocupou a tribuna do Senado na tarde, nesta segunda-feira (9), para denunciar o retrocesso vivido pela sociedade brasileira quando o assunto é a intolerância e a violência, tema que as mulheres convivem diariamente, muitas vezes de forma silenciosa. A parlamentar criticou a pauta retrógrada da Câmara dos Deputados, liderada pelo seu presidente, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que pretende limitar o acesso a hospitais de mulheres vítimas de estupro. E a pauta medieval não para por aí.
“Vamos nos posicionar diante das violências diárias que nós mulheres sofremos: violência física, emocional, psicológica, patrimonial, social, violências essas que a presidenta Dilma sofreu”, disse ela, em menção a uma tatuagem feita por um homem, que ilustrou em seu corpo a imagem da presidenta de maneira agressiva e desrespeitosa, de cunho sexual – a imagem se espalhou nas mídias sociais. É por essa e por outros atos machistas e desrespeitosos que Gleisi considera fundamental a iniciativa da secretaria de Direitos Humanos do Governo, que vai criar um programa que fará uma busca nas redes sociais das ofensas que são feitas contra as mulheres, os negros, os índios e a população LGTB.
Gleisi conclamou a participação de todos nessa cruzada contra a violência e a intolerância que cresce a cada dia na sociedade brasileira, principalmente contra as mulheres. Quem tiver projeto, movimento, site, aplicativo, denúncia ou iniciativa para combater a violência contra a mulher são bem-vindos, porque o objetivo é unir esforços. “Nós temos uma página ativa no Facebook que recebe diariamente material, denúncias, posts esclarecedores sobre a situação da mulher. Chama-se É Pela Dignidade Feminina. Todas as mulheres, todos os movimentos, todas as pessoas são bem-vindas e necessárias na luta contra a intolerância, a violência e o preconceito”, afirmou.
A senadora, usando a prerrogativa de falar pela liderança do Partido dos Trabalhadores, cobrou uma postura ativa do Ministério Público e do Poder Judiciário como um todo para coibir a violência contra as mulheres e as minorias, dando celeridade aos julgamentos dos casos de estupros de meninas e mulheres que até hoje estão sem punição aos culpados, como se os violentadores tivessem livres para cometer seus atos.
Gleisi observou que o ponto positivo é a luz que está acesa no final do túnel, porque começa a crescer no Brasil o basta das mulheres ao machismo imperante no País. Várias manifestações estão sendo feitas nas ruas e nas redes sociais contra o assédio e contra pautas medievais que deputados conservadores querem fazer para retroagir os direitos conquistados duramente pelas mulheres. Neste momento, por exemplo, querem limitar o acesso das mulheres vítimas de violência sexual aos hospitais do SUS. Daqui a pouco, vão proibir o voto das mulheres, quando as forças progressistas discutem justamente o contrário: a necessidade de mais mulheres na política.
Marcello Antunes
Leia mais:
Ataque a Dilma ofende a todas as mulheres, independente da posição política