A presidenta Dilma Rousseff já está em Durban, na África do Sul, onde participa da 5ª Cúpula do Brics – bloco formado pelo Brasil, a Rússia, Índia, China, África do Sul. A abertura da cúpula será um jantar oferecido pelo presidente da África do Sul, Jacob Zuma.
Dilma chega à Durban, na África do Sul, |
Na cúpula de Durban, a expectativa é que os mandatários aprovem a criação de uma nova instituição bancária que será alternativa ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional (FMI). A proposta é que a instituição, que deverá ser criada em 2016, sirva de referência para o desenvolvimento do bloco e também de países cuja economia é considerada emergente.
Inicialmente, a previsão é que o capital da nova instituição bancária seja em torno de US$ 50 bilhões, com possibilidade de abertura à participação de cada país do Brics. Todos os integrantes do bloco deverão ter direito a voto no Conselho de Administração da instituição.
A ideia é que, com a criação da instituição bancária, o grupo consiga mais acesso ao crédito e ter voz nas questões mundiais, principalmente nas negociações com europeus e norte-americanos. Há uma insatisfação geral no grupo em relação às instituições financeiras globais, como o FMI e Banco Mundial, além do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Cúpula
Participam do encontro Dilma, Zuma, os presidente da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping, além do primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh. O tema da cúpula é Brics e África: Parceria para o Desenvolvimento, Integração e Industrialização. Estarão em discussão a promoção do desenvolvimento inclusivo e sustentável, a reforma das instituições de governança global, os caminhos para a paz, a segurança e a estabilidade globais.
Depois da cúpula, amanhã (27), haverá reunião dos presidentes e o primeiro-ministro indiano com líderes regionais de nações africanas para debate sobre o tema Liberando o Potencial Africano: A Cooperação entre o Brics e a África em Infraestrutura.
Brasil-China
Na cúpula, a presidenta Dilma Rousseff e o presidente da China, Xi Jinping, firmaram acordo sobre a criação de mecanismos de troca em moeda nacional, com o objetivo de proteger o fluxo comercial das flutuações de moedas estrangeiras, segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel.
O acordo prevê uma quantia inicial em torno de US$ 30 bilhões – cerca de metade da troca comercial total entre os dois países, que fechou 2012 em US$ 75 bilhões.
Trata-se de um acordo que visa proteger os dois países das flutuações na cotação do dólar, moeda na qual é feito atualmente o comércio bilateral. Os US$ 30 bilhões seriam usados em situações de instabilidade da cotação da moeda americana.
O acordo foi anunciado em entrevista coletiva realizada em meio à reunião de cúpula do bloco na cidade sul-africana de Durban, e será válido inicialmente por três anos com a possibilidade de renovação caso Brasília e Pequim manifestem essa intenção. “Esse é um passo importante no estreitamento das relações Brasil-China”, disse o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. “O objetivo é facilitar o comércio entre os dois países independentemente da situação econômica internacional”.
Brics
Em 2012, o Produto Interno Bruto (PIB) do grupo foi US$ 15 trilhões. Segundo dados do FMI, o Brics responde por 21% do PIB mundial em valores nominais e por 27% do PIB mundial em termos de paridade de poder de compra. Os cinco integrantes do bloco ocupam 26% da área terrestre do planeta, abrigando 42% da população mundial e detendo 45% da força de trabalho global. A união dos quatro países do Brics representa 40% da população mundial.
Depois da cúpula, a África do Sul assumirá a presidência rotativa do grupo. Em um ano, será a vez do Brasil. A África do Sul foi integrada ao Brics em 2011. De acordo com a organização do evento, participarão das discussões 125 delegados da China, o mesmo número da Rússia, 74 da Índia, 60 do Brasil e 242 da África do Sul.
Com informações de agências online