Fátima: “O documento é claro ao defender para o Brasil um Estado reduzido, enfraquecido, que não teria capacidade de dar continuidade às importantes transformações sociais”A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) chamou atenção, nesta quarta-feira (30), em plenário, que os cidadãos do País que gritavam nas ruas a favor do impeachment estão começando “a se dar conta do que significa apear do poder uma mulher legitimamente eleita, para entregar o poder nas mãos de alguém que não foi eleito Presidente da República”.
Para que haja uma melhor compreensão do que significa o golpe em curso, que vai além do rompimento da ordem democrática, a senadora pediu atenção à linha sucessória da presidenta Dilma Rousseff.
“O vice-presidente da República, que agora se aliou a setores golpistas, como o PSDB e o DEM, chegando a ponto de capitanear esse processo absurdo, esqueceu-se do compromisso constitucional que também prestou durante a posse da presidenta da República perante o Congresso Nacional”, disse. “O vice-presidente quer conduzir o País para um caminho que precisamos deixar claro: é um golpe midiático, jurídico e com motivações econômicas”, emendou.
A senadora enfatizou que não são nobres as motivações daqueles que defendem o impeachment presidencial. “Na verdade, o que se pretende instalar aqui, no Brasil, é o malfadado projeto neoliberal, muito pior do que aquele que foi varrido pelo povo através das urnas em quatro oportunidades”, apontou, lembrando das eleições de Lula e Dilma.
De acordo com a senadora, “Ponte para o Futuro”, documento programático do vice-presidente Michel Temer, se fosse implementado, levaria a perdas trabalhistas e sociais, que jogariam o País num “estado de completo descompromisso do governo com suas populações mais vulneráveis”.
“O documento é claro ao defender para o Brasil um Estado reduzido, enfraquecido, que não teria capacidade de dar continuidade às importantes transformações sociais de redução da desigualdade e inclusão de milhões de pessoas na sociedade de consumo”, explicou.
Fátima ainda disse que várias propostas do “Projeto Temer” atingem direta e imediatamente os programas e as políticas públicas sociais. Ela citou como exemplo a proposta de desvinculação dos recursos para a educação e saúde.
“O programa “Uma Ponte para o Futuro”, como está escrito, é incompatível com a execução de políticas sociais. Repito, põe em risco as conquistas e os avanços que nós tivemos nesses últimos 13 anos, no que diz respeito à inclusão social”, reforçou.
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