Gleisi disse que é importante desestimular e combater cultura do estupro no PaísA senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) informou, na abertura da sessão desta sexta-feira (27) que a bancada feminina no Congresso está preparando uma nota de repúdio ao estupro coletivo de uma jovem ocorrido recentemente no Rio de Janeiro. Chocada com a violência a que uma menor de 16 anos foi submetida, Gleisi acionou as senadoras Simone Tebet, que preside a Comissão de Combate à Violência conta a Mulher e Vanessa Grazziotin, da Procuradoria da Mulher ainda na quinta-feira (26), quando as notícias sobre o ataque bárbaro começaram a circular na internet.
“Nessa mesma noite em que ela foi estuprada, dia 20, na última sexta-feira, também uma jovem era estuprada em Bom Jesus, Piauí, por 17 homens. Nunca é demais lembrar que, há exatamente um ano, hoje, dia 27 de maio de 2015, quatro meninas foram vítimas de estupro coletivo em Castelo do Piauí e atiradas de um penhasco de mais de dez metros. Uma delas morreu logo depois”, disse, lembrando ainda que há exatamente um ano, no dia 27 de maio de 2015, quatro meninas foram vítimas de estupro coletivo em Castelo do Piauí e atiradas de um penhasco de mais de dez metros. Uma delas morreu logo depois.
Gleisi reiterou que é preciso adotar medidas muito firmes para que a cultura do estupro não se torne algo corriqueiro e, pior, incentivado pelas redes sociais. Um dos aspectos mais chocantes sobre a bárbarie do Rio de Janeiro foi justamente o fato de que os criminosos filmaram a violência, postaram em redes sociais com comentários absurdamente violentos e que essas postagens viralizaram na rede, o que amplia infinitamente a dor e a humilhação da vítima.
“Não é possível que a gente conviva com essas situações de barbáries. Essas meninas não foram estupradas, porque estavam bêbadas; não foram estupradas, porque estavam com roupa curta; não foram estupradas, porque estavam se oferecendo. Foram estupradas, porque são mulheres, aliás, o que nós vemos, hoje, na sociedade, quando se tenta justificar uma situação de estupro, que estava nos posts da rede, é que, muitas vezes, as mulheres se expõem, seduzem, e, por isso, merecem ser estupradas”, denunciou a senadora.
A nota de repúdio contra o ataque será lida nos Plenários do Senado e da Câmara dos Deputados na terça-feira (31). Gleisi disse ainda que um grupo de parlamentares fará, na próxima semana, uma visita à vítima e aos familiares, além de cobrar das autoridades de segurança do estado investigação e punição dos responsáveis.
A senadora afirmou que a cultura machista e da violência que ainda permeia as relações da sociedade precisa ser enfrentada com uma discussão aprofundada.
“Aliás, nós estamos com uma campanha nas redes de que vítima não tem culpa, de que vítima nunca tem culpa. E a gente quer que se denunciem todos os tipos de violência: violência interna, violência familiar, estupro, enfim. “ Segundo afirmou, a cultura machista na sociedade brasileira tem muito a ver com a visão de que mulher é extensão da propriedade privada do homem ou do marido.
Segundo a senadora, o Brasil Já avançou muito e conseguiu tirar do ordenamento jurídico legislação que subjugava as mulheres, mas a cultura do estupro ainda permeia a sociedade. “Isso é muito grave, não dá para o Senado fechar os olhos”
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