Regina lembrou que Dilma não teve trégua: tomou posse no segundo mandato, e, três meses depois, já estavam construindo um golpe contra elaAinda sem um mês à frente do Executivo, o governo interino já está envolvido em uma série de polêmicas e escândalos que deslegitimam ainda mais a gestão de Michel Temer. Não à toa, os constantes questionamentos dos senadores oposicionistas têm sido uma pedra no sapato dos apoiadores de Temer. A senadora Regina Sousa (PT-PI), em discurso ao plenário, nessa terça-feira (7), destacou que os parlamentares que não reconhecem o governo golpista não serão calados.
“Ouvi aqui o senador [Waldemir] Moka [PMDB-MS], indignado, dizendo que a gente está atrapalhando o governo. Pelo contrário, estamos exercendo nosso papel de oposição, nossa prerrogativa. Eles têm maioria e aprovam o que quiserem. Agora, não vão nos calar. A gente não vai deixar de falar”, disse a parlamentar.
Ela lembrou ainda que Moka afirmou que a oposição não dá trégua aos golpistas. “E qual a trégua que Dilma teve? Ela tomou posse, e, três meses depois, já estavam construindo um golpe contra ela”, destacou.
Revisão do Bolsa Família
Regina ainda criticou a revisão do programa Bolsa Família promovida pelo governo interino. Uma das alegações é que há um rombo de R$ 2,5 bilhões na iniciativa, inclusive com o repasse do benefício a servidores públicos. Neste caso, porém, a senadora lembrou que há funcionários de prefeituras que, muitas vezes, recebem apenas um salário mínimo e se enquadram nos critérios do programa.
“Isso é propaganda contra o Bolsa Família para justificar o corte. […] [Problemas] acontecem em qualquer programa, em qualquer situação. Não é de agora. Mas entendo que todas essas denúncias que estão sendo feitas e, inclusive, as que foram feitas aqui da tribuna são para desqualificar o programa para fazerem os cortes que estão querendo fazer”, denunciou a parlamentar.
Reforma agrária
Outra crítica da senadora petista foi quanto à suspensão, pelo Tribunal de Contas da União (TCU), do programa de reforma agrária do Incra após a identificação de irregularidades. Uma das alegações é a concessão de lotes a políticos.
Regina lembrou que um assentamento com duas mil famílias pode eleger, tranquilamente, um vereador que viva na comunidade em cidades pequenas ou médias. “E nem por isso deixa de ser assentado. Talvez seja a eleição mais legítima do que muitos que se elegem só porque tem o nome do pai”.
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