Governo investiga se dados militares foram atingidos por espionagem

Governo investiga se dados militares foram atingidos por espionagem

 

Amorim destacou que o Brasil já dispõe de
produtos brasileiros de contrainteligência,
com tecnologia nacional e confiável

O Ministério da Defesa e as Forças Armadas estão investigando se dados militares ou dados de interesse militar foram atingidos pelo esquema de espionagem montado por agências norte-americanas e denunciado pelo ex-agente Edward Snowden, revelou o ministro Celso Amorim. “As informações de natureza militar, que são vitais para o País são, em geral, criptografadas com um sistema brasileiro, ao contrário de outras redes, que ainda não dispõem de um sistema brasileiro que as possa proteger”, explicou  Amorim, para quem é urgente o desenvolvimento científico e tecnológico nessa área.

O ministro falou nesta quarta-feira (09) à Comissão de Relações Exteriores sobre as providências que vêm sendo adotadas pelo Governo Brasileiro sobre os fatos denunciados por Snowden. Também participaram da Audiência pública os ministros das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e do Gabinete de Segurança Institucional, José Elito Carvalho Siqueira. A audiência pública foi realizada em conjunto com a Comissão de relações Exteriores da Câmara dos Deputados.

Sobre a necessidade de aprimorar sistemas de segurança, Amorim citou a importância de envolver o Ministério da Ciência e Tecnologia no grupo de trabalho organizado pela presidenta da República para apurar as denúncias e adotar providências. “O que precisa ser feito é aprofundar o que já fazemos. Isso, naturalmente, envolve recursos, mas envolve, sobretudo, uma consciência da sociedade sobre a importância do tema da Defesa Cibernética”, afirmou o ministro.

“Por mais que nós tenhamos uma proteção da informação sigilosa através da criptografia, a mera detecção de quem se comunica com quem, com que frequência, o tipo de contato que é mantido já é uma informação de valor analítico para qualquer eventual adversário que nós venhamos a ter fora do País”, avaliou Amorim. Para isso, afirmou, o governo já dispõe de uma série de instrumentos, como por exemplo a coordenação de segurança das informações e das comunicações no âmbito da Administração Pública Federal, que funciona há sete anos.

Amorim também, destacou que o Brasil já dispõe de produtos brasileiros de contrainteligência, com tecnologia nacional e confiável, que já estão em utilização. Para o ministro, o País já está dando o primeiro passo para resolver suas necessidades de defesa cibernética, que é diagnosticar os problemas da área. “Mas eu diria que isso não é uma peculiaridade do Brasil, pois até o ex-Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Leon Panetta, diz que os Estados Unidos estavam sujeitos a terem um Pearl Harbor cibernético”.

Cyntia Campos

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