Humberto Costa pede apoio para garantir mais verbas para a saúde

Senador diz que “compra qualquer briga”
para garantir mais recursos para o setor

Relator da Comissão Especial para discutir  novas formas de financiamento da Saúde Pública, o senador Humberto Costa (PT-PE) disse, nesta quarta-feira (22) ,que está disposto a comprar qualquer briga para garantir mais recursos para o setor. “Não terei a menor hesitação de levar para o Governo uma proposta que assegure isso”, disse, durante audiência pública na Comissão de Direitos Humanos (CDH) para debater o programa “Mais Médicos”.

Humberto pediu a todos os presentes que apoiem uma fonte segura e permanente para financiar a Saúde. Ele pretende apresentar o relatório com as propostas da Comissão até o final deste mês “por acordo com o Governo ou pela construção de uma proposta no Congresso”, disse.

Na semana passada, Humberto participou, com o Movimento Nacional em Defesa da Saúde Pública (o Saúde + 10) da entrega das cerca de dois milhões de assinaturas de cidadãos brasileiros que defendem a destinação de 10% das receitas correntes brutas da União para o setor. Para Humberto, a indexação sobre receitas brutas não é a alternativa ideal e ele procura outras formas.

“Ninguém é mais fiel ao Governo que eu, mas, acima de tudo, vamos ter que pensar no cidadão que está lá na ponta”, observou, referindo-se às populações dos municípios onde há carência absoluta de médicos.

Ele defendeu com veemência o Programa Mais Médicos: “O mais importante do Programa é que, pela primeira vez, nós vamos ter um planejamento para a formação de médicos no País”, disse, lembrando que ,quando ocupou o Ministério da Saúde, tentou modificar os critérios para a abertura de Faculdades de Medicina no Brasil e esbarrou em inúmeras resistências do corpo técnico do Ministério da Educação, “que defendia que essa atribuição não era do Ministério da Saúde”.

“A presidenta Dilma quebrou a resistência que havia  e, a partir de agora – e de acordo com a demanda da população –  será o Ministério da Educação e não os empresários do setor quem definirá onde novas escolas de medicina serão abertas, observou.

Sobre o programa, disse que ele garante o atendimento em regiões onde, mesmo com editais chamando para concursos, os médicos não aparecem. “Entendo que essa seja uma questão de mercado, mas o que vamos fazer com as pessoas que estão em regiões desassistidas e que precisam dos serviços de saúde mais básicos?”, perguntou.

A resistência aos profissionais estrangeiros, segundo ele, não faz sentido, porque esses médicos não ocuparão o lugar de nenhum brasileiro, desde que esse brasileiro se disponha a atender, pelo SUS, em regiões onde ele é necessário. “ O Governo está trazendo profissionais para o atendimento básico e não especialistas”, enfatizou.

Giselle Chassot

 Foto: Agência Senado

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