Donizeti: Não há nada de delação premiada, é delação torturada que se tem executado pela Justiça do ParanáO senador petista Donizeti Nogueira (PT-TO) cobrou coerência da Justiça paranaense comandada por Sérgio Moro na tarde desta terça-feira (4), por considerar que atua como se fosse ‘vesga’ enxergando apenas a esquerda. Seletiva, essa Justiça teria cinco ou seis tesoureiros de outros partidos presos – mas só tem João Vaccari, do PT – porque eles também receberam recursos de empresas que estão envolvidas na Operação Lava Jato. “E nada justifica a prisão do ex-ministro José Dirceu. O que justifica uma prisão preventiva? O risco de o investigado fugir ou desaparecer? José Dirceu não tem como desaparecer do País porque está preso em domicílio”, observou.
Donizeti Nogueira apontou a contradição da prisão de José Dirceu porque o juiz Moro poderia ouvi-lo em Brasília; poderia convocá-lo e não precisaria da espetaculosa e midiática ação de prisão. Mas o senador matou a charada: “A questão é que no Paraná existe uma masmorra, que é o lugar onde se consegue a delação torturada. Não há nada de delação premiada, é delação torturada que se tem executado naquela esfera da Justiça do Paraná”, apontou.
Para esvaziar o enredo midiático que se forma com a prisão de José Dirceu, o senador apontou que os jornais mostram que a delegacia da Polícia Federal do Paraná funcionou como um comitê de campanha eleitoral do adversário derrotado pela presidenta Dilma. “E isso deixa nítido o expediente de trabalho com os vazamentos seletivos que aconteceram a eleição, algo reconhecido pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot”.
Em suma, a balança da Justiça está pendendo apenas para o lado esquerdo da história e é por isso que Donizeti cobrou o cumprimento de um princípio caro aos operadores da Justiça, a imparcialidade. “Que se apure tudo, que se combata a corrupção, mas não de forma seletiva, de forma a tentar denegrir e cooperar com as atividades de combate ao Partido dos Trabalhadores”, defendeu.
Donizeti não duvida de que a prisão de José Dirceu teve motivação política e midiática, para engrossar as hostes golpistas que irão para as ruas dia 16. “Acontece que alguns políticos são citados na delação premiada; outros são arquivados; outros ignorados, porque essa Justiça do Paraná coordenada por esse juiz é uma Justiça vesga, que atende aos interesses do capital internacional que não são os do Brasil”, disse.
O senador encerrou seu discurso falando para os brasileiros e brasileiras e também para a militância petista, de ontem, de hoje e de amanhã: “Nós, do Partido dos Trabalhadores, não seremos intimidados por essas ações. Nós vamos continuar a nossa luta histórica por esse País, em defesa deste País, como sempre fizemos. Vamos continuar defendendo a Petrobras, como sempre defendemos; vamos continuar defendendo que se combata à corrupção, como sempre defendemos. Não seremos intimidados; não nos curvaremos diante de uma Justiça vesga, que não cumpre o seu papel de conduzir imparcialmente a ação, e nem nos curvaremos a ninguém nesse País que queira trabalhar contra os interesses do País.
