Lula: “O que acontece no Brasil não me abala e só me motiva a lutar mais”“Sou um homem de consciência tranquila. O que eu quero é a verdade. Não quero é mentira”. Essa foi a reação do ex-presidente Lula à informação de que o juiz-justiceiro Sérgio Moro acatou denúncia apresentada contra ele pela força-tarefa de procuradores-celebridades do Ministério Público Federal do Paraná.
Lula enfatizou que a denúncia se baseia numa denúncia inepta, apresentada pelos “meninos de Curitiba” na última quarta-feira (14). “Foi um show, uma ilusão porque depois de depois dois anos de investigação concluíam que não tinha prova, mas tinha convicção de que eu era chefe de quadrilha. Mas ninguém pode ser julgado por convicções. Tem que ter provas para julgar, condenar ou absolver”, cobrou.
Por meio de uma videoconferência via internet na noite dessa terça-feira (20), no evento chamado ‘Stand with Lula’ (‘Apoie Lula’, em português), o ex-presidente Lula reafirmou sua indignação com a “parcialidade” de “algumas pessoas do Ministério Público e da Polícia Federal” na denúncia apresentada e aceita pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela condução dos processos no âmbito da Operação Lava Jato.
Lula disse também que tudo gira em torno do “medo” de que ele seja candidato a presidente da República em 2018, e que o objetivo da denúncia é inviabilizá-lo na possível disputa. Segundo Lula, no Brasil, agora, o que menos importa é a verdade. O que vale é a construção da versão, que vira manchete de jornal, manipulada para TV. “Se é inocente ou não isso não importa, o que vale é ser condenado pela opinião pública”, lamentou.
O ex-presidente disse ainda que não se abalava com o que está acontecendo. “Isso só me motiva a andar mais, a falar mais, a fazer mais. Se estão fazendo tudo isso para evitar o Lula candidato em 2018, era simples, eles poderiam ter me perguntado se eu queria ou se seria candidato. O problema é que, mesmo sem diploma, eu sei fazer mais que eles”, ressaltou.
“Não poso aceitar em hipótese alguma que pessoas irresponsáveis venham dizer que eu sou responsável por uma quadrilha. Eu sou responsável pela criação do mais importante partido de esquerda da América Latina, sou responsável pela maior política de inclusão social da América Latina, sou responsável por fazer o Brasil ser respeitado nos Estados Unidos, na Europa e na América Latina, sou responsável por transformar a Petrobras na segunda maior empresa de petróleo do mundo. Se por isso eu tiver de ser condenado, não tem problema. Posso ser condenado. Mas o que eu quero é seriedade no tratamento à minha pessoa, à minha família e aos meus amigos”, afirmou o ex-presidente.
Lula denunciou na conferência aos EUA que “o Brasil vive um momento muito grave de anomalia política”. “Aqui no Brasil as coisas estão funcionando de forma tão absurda, que dois dias após o impeachment da presidenta Dilma ser votado no Senado, eles mudaram a lei que foi a razão pela cassação da Dilma para garantir que os próximos presidentes possam fazer o que eles acham que foi crime cometido pela Dilma”.
Lula concluiu agradecendo pela campanha em sua defesa e brincou que tudo isso deve estar acontecendo porque a história dele como presidente do Brasil não estava prevista. “Fui um presidente intruso, não estava previsto um metalúrgico virar presidente. Não estava previsto fazer a maior política de transferência de renda, não estava previsto retirar 36 milhões de pessoas da pobreza extrema e não estava previsto criar mecanismo para acabar com a corrupção”, ironizou.
Com informações do PT na Câmara e das agências de notícias
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