A luta de estudantes contra as propostas retrógradas do governo na área educacional deve ser aplaudida por toda a sociedade. É o que acredita a senadora Fátima Bezerra (PT-RN), que nesta terça-feira (25) parabenizou as ocupações de mais de mil instituições de ensino Brasil afora.
“Esses meninos e meninas querem ser ouvidos. Eles têm o direito de dizer que a reformulação do ensino médio que o governo Temer quer fazer não deveria se dar, de maneira alguma, pelo instituto da medida provisória”, disse Fátima à senadora golpista Ana Amélia (PP-RS). Para a petista, a luta dos estudantes merece não apenas solidariedade, mas a participação da sociedade.
Os estudantes, ressalta Fátima, também têm todo o direito de criticar a PEC 241, a chamada “PEC da Morte”, que vai determinar o corte dos investimentos públicos por 20 anos, inclusive inviabilizando as metas do novo Plano Nacional de Educação.
Mobilização
Até a tarde desta terça-feira (25), 1.063 escolas de segundo grau e 80 campi universitários já estavam ocupados em todo o Brasil por alunos, com apoio, muitas vezes, de pais e professores. As ocupações têm sido alvo de perseguição do governo federal e das polícias de alguns estados, como o Paraná, onde o governador tucano José Richa já se celebrizou pela violência com que enfrenta mobilizações na área de educação.
Na última segunda-feira (24), 17 parlamentares de diversos partidos entraram com uma representação junto ao Ministério Público Federal contra uma circular do Ministério da Educação que quer obrigar gestores de unidades de ensino da rede federal a delatarem os estudantes que ocupam unidades de ensino em todas as regiões do País.
“O MEC não poderia usar de um expediente que joga professores contra alunos, colocando os primeiros como algozes dos segundos, jogando por terra a confiança essencial nesse tipo de relação e que demora muito tempo para ser construída. Atitudes como essa só fomentam a desagregação”, criticou Fátima.
Ela e outros parlamentares discutirão o tema ainda hoje com a subprocuradora-geral da República Deborah Duprat, titular da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão.
“Queremos a suspensão dessa medida descabida, autoritária, antipedagógica e intransigente”, disse a senadora.
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