Humberto: “A presença de milhares de pessoas foi um aviso duro para aqueles que julgavam que esse golpe seria aplicado sem reação das ruas”Diferentemente dos integrantes da oposição que foram enxotados das manifestações que eles próprios convocaram, a onda vermelha que tomou conta das ruas na última sexta-feira (18) em todos os cantos do País, em apoio ao governo Dilma, ao respeito à Constituição Federal, é uma clara demonstração de que as pessoas estarão firmes contra o golpe e os senadores do PT e demais partidos continuarão lutando na trincheira do Parlamento. “Isso para que possamos impedir que qualquer aventureiro, sem o voto popular, sem compromisso com o povo brasileiro, sem uma história de luta neste País, possa querer usurpar o poder”, afirmou nesta segunda-feira (21), em discurso, o senador Humberto Costa (PT-PE), líder do governo no Senado.
Para Humberto, as mais de um milhão e trezentas mil pessoas que foram para as ruas em defesa da democracia, da legalidade e do Estado de Direito deixaram um recado sério, ou seja, não aceitam essa tentativa de golpe que, vergonhosamente, vem sendo urdida contra a presidenta. “Foi um aviso duro para aqueles que julgavam que esse golpe seria aplicado sem reação. Mas foi um atestado de que nós não vamos nos curvar a uma trama armada por meia dúzia de conspiradores que, dentro de gabinetes e às escondidas, querem substituir os votos de 54 milhões de cidadãs e cidadãos por um governo ilegítimo, organizado em negociatas”, alertou.
O líder do governo lamentou o nível de algumas matérias divulgadas na imprensa sobre uma conversa entre o senador José Serra (PSDB-SP) e o vice-presidente da República, em que ambos estariam começando a montar um ministério. “Mas já se desentenderam. É lamentável a sede de poder que esses segmentos, esses setores têm. Mas não pensem que vão saciar essa sede com o impeachment da presidenta Dilma. Eles não passarão”, afirmou. “Além do ridículo e da vergonha que isso tudo representa, é abominável observar o nível a que chegou a conspiração e o golpismo”, acrescentou.
“A quem interessa impedir de governar uma mulher que jamais colocou obstáculos ao prosseguimento da Operação Lava Jato?”, questionou. Para o senador, é necessário que se faça uma reflexão sobre isso para guscar o que está por trás de um movimento onde o objetivo principal é apear do poder uma governante legitimamente eleita pelo voto popular de mais de 54 milhões de cidadãs e cidadãos.
O líder reafirmou que os parlamentares não vão aceitar que alguns setores, que posam de paladinos da moralidade enxovalhem a democracia. “Nós mostramos que as ruas não têm dono e que vamos ocupá-la para defender não apenas o mandato popular da presidenta, mas também um projeto que tirou o País do mapa da fome e resgatou 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza”, afirmou.
Humberto alertou que as pessoas começam a ficar, ainda, preocupadas com a partidarização da Justiça, que retira a venda da isenção e da imparcialidade, cuja balança pende para um lado só. “A militância não pode abrigar militância política. E não são poucos os magistrados que têm visto com assombro os excessos cometidos a partir de Curitiba. Como disse o ministro Marco Aurélio, Moro não é o único juiz do País e deve atuar como todo juiz. Essa divulgação por terceiros de sigilo telefônico é crime. Moro simplesmente deixou de lado a lei”, observou.
Em aparte, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) questionou a associação entre os vazamentos ocorridos para a imprensa. Além disso, a senadora lamentou a forma como os meios de comunicação tem se comportado recentemente. “Eu queria muito que os meios de comunicação, principalmente as televisões, que são concessões públicas, tenham a dignidade de usar o mesmo peso e a mesma medida para a divulgação dos fatos”, pontuou.