No balanço do terceiro ano do PAC, ministro lembrou que turbulência global nasceu por decisões do BC dos EUA
“Nossos parâmetros mostram País preparado |
Ao fazer um balanço do terceiro ano do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) nesta terça-feira (18), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou a afirmar que a retirada dos estímulos à economia dos Estados Unidos levou volatilidade aos mercados emergentes, cujo efeito ocasionado foi a queda das bolsas de valores e a desvalorização das moedas. “Em janeiro e fevereiro, essa turbulência afetou todos os países e não apenas os emergentes”, observou. Apesar de a economia mundial estar passando por um período ‘doloroso’ de transição para um estágio pós-crise, “o Brasil está preparado porque possui fundamentos econômicos sólidos, como inflação sob controle e uma política fiscal consistente”, afirmou.
O ministro da Fazenda discordou dos recentes estudos que colocam a economia brasileira entre as mais vulneráveis do planeta: “Isso é um equívoco. Nossos parâmetros mostram que o País está preparado para enfrentar essa turbulência”, frisou, lembrando que o Brasil dispõe de US$ 376 bilhões em reservas internacionais; é a quinta maior economia do mundo e possui a menor dívida externa em curto prazo. Mantega acrescentou que o real, nos últimos seis meses, manteve-se estável e que o País continua atraindo investimentos estrangeiros.
Para este ano, o ministro prevê uma recuperação da economia mundial, onde Estados Unidos e a Europa podem apresentar um crescimento gradual. No caso brasileiro, os investimentos impulsionados pelo PAC e as concessões na área de infraestrutura vão induzir o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
A declaração de Mantega tende a deixar a oposição furiosa, já que é com frequência quase diária que se vê analistas e a oposição acusando-o de ser otimista demais. Aliás, nesta terça-feira, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) apresentou um pedido para que o Senado coloque em votação um voto de censura ao relatório inconsistente divulgado na semana passada pelo banco central americano, o Federal Reserve.
A nova presidente do FED, Janet Yellen, com base no relatório Monetary Policy Report afirmou que o Brasil seria a segunda economia mais vulnerável de um grupo de 15 países, atrás da Turquia. Só que a verdade é que Yellen, assim como seu antecessor, Ben Bernanke, não suporta a crítica de vários países, Brasil à frente, à condução da política monetária dos Estados Unidos que é perniciosa às economias emergentes. E foi a própria Yellen, no Congresso americano, que deu a notícia fria de que não espera uma recuperação do emprego nos Estados Unidos. Detalhe: no relatório do FED não há uma linha mostrando que o Brasil tem uma das mais – senão a menor – taxa de desemprego do planeta: só 4,3%.
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