Mantega: retirada do IOF é medida de longo prazo

 

Mantega também ressaltou que a inflação
está em queda e, com a redução nos
preços dos alimentos

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quarta-feira (5) que a decisão do governo de reduzir de 6% para zero a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incidente nas aplicações de recursos externos no mercado de renda fixa (títulos) brasileiro foi adotada porque houve a regularização do fluxo de capitais. “É uma medida de longo prazo. Não é para ter efeito imediato. Queremos deixar o mercado livre para aplicações em títulos do governo brasileiro”, comentou.

Quando o Governo elevou o IOF, o mercado de câmbio mundial tinha um fluxo expressivo de dólares a procura de bons retornos. Para evitar o ingresso de capital especulativo, indesejado, o Governo elevou não apenas a alíquota do IOF como também aumentou o prazo para que os dólares que chegavam ao Brasil passassem por uma quarentena. A medida de ontem mexeu apenas na alíquota.

Segundo Mantega, a redução do IOF foi possível porque o mercado de câmbio está entrando nos eixos e o movimento do banco central norte-americano (Federal Reserve), de reduzir sua política de despejar dólares na economia, equilibrou e até diminuirá o excesso de dinheiro (dólares) no mercado financeiro internacional.

Quando houve o aumento da alíquota, observou Mantega, havia excesso de dólares no mercado internacional que ameaçava ingressar no Brasil. “Essa situação atrapalharia nossas atividades e fomos obrigados a colocar vários obstáculos”, disse ele. No momento que bancos, investidores e especuladores decidem remeter dólares de um país para o outro, como no Brasil, por exemplo, ocorre a valorização da moeda local, o que prejudica as exportações desse país. Na semana passada, quando o Federal Reserve anunciou que reduzirá a colocação de dólares no mercado, como forma de fazer reagir a economia dos Estados Unidos, alguns investidores, bancos e especuladores decidiram mandar de volta seus dólares que estavam no Brasil. O movimento que ocorreu, desta vez, foi a desvalorização do real, que chegou a ser cotado a R$ 2,15, ante a cotação ao redor de R$ 2,00 de algumas semanas atrás.

Mantega reafirmou que não existe um patamar ideal para o câmbio brasileiro, até porque ele é flutuante. A medida adotada no ano passado, de aumentar o IOF, tinha por objetivo exclusivamente “coibir os excessos”.

Inflação
Segundo o ministro, o câmbio é definido pelo mercado e a decisão de zerar o IOF não foi teve como objetivo combater a inflação. “A inflação é combatida de outra maneira. A alta dos juros é para combater a inflação, sobretudo a das expectativas, para não incentivar aumentos indevidos de preços”.

Mantega também ressaltou que a inflação está em queda e, com a redução nos preços dos alimentos, ela será cada vez menor.

Com informações do Ministério da Fazenda

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