Marta se comprometeu a trabalhar duro para fortalecer a produção cultural brasileira e pela recuperação dos patrimônios histórico, artístico e cultural brasileiros
Compreender de que forma a cultura brasileira pode se inserir num mundo onde a internet permite, cada vez mais, que a população tenha acesso à informação, lazer e conhecimento. Essa, segundo a nova ministra da Cultura, Marta Suplicy, será a grande tarefa de sua Pasta. “A internet será prioridade para o Ministério”, anunciou, em seu discurso durante a cerimônia de posse nessa quinta-feira (13/09). Ela tratou como lenda a tese de que a difusão de informações pode matar a chamada “cultura tradicional” no País. “O que se apresenta ao público e é de qualidade, o público vai assistir”, resumiu e listou eventos têm que despertado a atenção dos brasileiros, como a Bienal de São Paulo e a exposição do pintor italiano Caravaggio.
Marta se comprometeu a trabalhar duro para fortalecer a produção cultural brasileira e pela recuperação dos patrimônios histórico, artístico e cultural brasileiros.”Não podemos aceitar a lógica devastadora do mercado e a pasteurização da cultura. Devemos incentivar nossa participação internacional e esse será um outro desafio”, discursou a senadora, que fez questão de enfatizar seu bom relacionamento com a presidenta e seu respeito pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no setor.”Estou muito orgulhosa pela possibilidade de participar mais de perto de um governo que ajudei a eleger e realizar um trabalho em uma área com a qual me identifico muito”, disse. Sobre Dilma, disse admirava a presidenta por ser uma mulher “forte, arretada e competente”.
A ministra chamou de “povo das artes” os artistas e representantes da área cultural presentes na cerimônia. Reiterou que vai “deixar uma marca” cultural no governo da presidente Dilma “Os nossos artistas têm que poder viver de sua arte”, disse.
A presidenta Dilma Rousseff aproveitou para defender a disseminação da cultura citando a música da banda Titãs. “Nós julgamos que a democratização do acesso a cultura, em suas mais variadas formas de expressão, é uma das coisas mais importantes para se agregar à questão democrática, civilizatória. E faz lembrar a música dos Titãs: ‘a gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte'”, afirmou a presidente.
Amiga e companheira
No discurso, Dilma Roussef foi só elogios à nova ministra a quem chamou de “amiga e companheira”. Disse Marta Suplicy “está à altura do papel” que agora assume: “A ministra Marta tem, pela sua experiência, mas sobretudo pela sua força, pelos seus compromissos os mais diversos, e pelo seu olhar não preconceituoso, condições plenas de levar à frente essa tarefa que é transformar cada vez mais a cultura num centro de articulação de todas as grandes políticas do nosso país”, disse.
Dirigindo-se à nova ministra, a presidenta brincou: “Você traz para o cargo duas grandes experiências e múltiplas qualidades que serão muito úteis no meu governo. Mais do que útil para você, será muito útil para mim. Tanto é que te disse: eu não peço só a Deus, eu peço a você que coordene a área da cultura, trabalhe por ela e leve-a à frente.”
Para a ministra Ana de Hollanda, que deixa o cargo, disse: “Eu sei que nem sempre foi fácil, mesmo porque essa experiência, que é o exercício de uma atividade no governo, raramente é fácil. Mas agradeço de coração por sua lealdade, pelo sacrifício da vida pessoal, a maneira histórica com que enfrentou as pressões muitas vezes injustas e excessivas”. E concluiu: “O governo será eternamente grato a sua atuação a frente do ministério”.
Capacidade
De saída da pasta, a ex-ministra Ana de Hollanda ressaltou suas conquistas em quase dois anos de trabalho e disse que sua sucessora tem as condições de dar continuidade ao trabalho.Segundo ela, o País precisa dar continuidade, principalmente, ao fortalecimento das políticas de direito autoral.
Ana de Hollanda passou o bastão elogiando a escolha da sucessora:”ela tem sensibilidade, capacidade, tem todas as condições para exercer esse cargo”, disse. Também dirigiu palavras carinhosas à Ministra do Planejamento, Miriam Belchior: “Ela se sensibilizou pela demanda da área da cultura, que é muito grande. O aumento do nosso orçamento foi considerável, chegando a um patamar nunca antes alcançado. No total, dá praticamente R$ 3 bilhões”, afirmou.
Giselle Chassot, com agências de notícias