22 de janeiro entra na história dos paulistas como o dia do Massacre do Pinheirinho, em São José os Campos, conforme disseminou-se rapidamente neste domingo nas redes sociais – e vai ocupar a mídia dominante, por nova demonstração de despreparo e insensibilidade dos poderes constituídos do estado mais rico do país.
Os poderes executivos do Estado e do Município serão questionados pelo total despreparo no trato com demandas sociais. As negociações foram interrompidas às 6h, com o avanço de 2 mil policiais fortemente armados com cacetetes, balas de borracha e bombas de efeito moral. Apesar de decisão do tribunal superior, suspendendo a ação policial, a “reintegração” foi ordenada pelo comando da Polícia Militar de São Paulo.
A área pertence à massa falida de uma empresa do megaespeculador, Nagi Nahas, ocupada desde 2003 por cerca de seis mil pessoas. Em todo o Pinheirinho estima-se que vivem 100 mil pessoas – a maioria delas é de famílias de trabalhadores da indústria, do comércio e de empresas que atendem – por irracional que pareça – o próprio governo municipal e também o estadual, por meio da terceirização dos serviços públicos.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, responsável pelo diálogo do governo federal com os movimentos sociais, na tarde de ontem, afirmou que a ação policial “atropelou as negociações para uma saída pacífica”. O ministro ainda denunciou que um dos funcionários do ministério, Paulo Maldos, secretário de Articulação Social da Presidênia da República, que estava no local encaminhando negociações, foi atingido nas costas por uma bala de borracha.
Segundo noticiou a Folha.com, às 17h25, “a presidente Dilma Rousseff foi avisada no início do dia dos problemas na desocupação. Ela pediu que além de Carvalho, os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Maria do Rosário (Secretaria de Direitos Humanos) acompanhassem os desdobramentos. Cardoso teria telefonado para o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB)”, continua a reportagem, “e alertado sobre os riscos do uso da força policial. Na avaliação do governo, parte das famílias têm ligações com movimentos sociais mais radicais”.
O suposto radicalismo pode ser constatado no vídeo de 2m25s, assim como a reportagem da Foha.com sobre “O Massacre do Pinheirinho”.
Video produzido pelo MTST – Movimento dos Travalhadores Sem Terra
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