Mesmo com estatuto, é fácil o acesso às armas de fogo no Brasil, condena Paim

Mesmo com estatuto, é fácil o acesso às armas de fogo no Brasil, condena Paim

Paim: Em 2013, das 50 mil pessoas que foram mortas no País, 35 mil o foram por armas de fogoEm discurso ao plenário, nessa terça-feira (27), o senador Paulo Paim (PT-RS) destacou a necessidade de defender a paz mundial como um caminho para o fim das desigualdades. No entanto, para o senador, diversos fatores ainda dificultam as principais resoluções de conflitos, especialmente os de cunho religioso. No Brasil, o parlamentar citou o grande número de armas de fogo que circulam no País como um dos empecilhos. 

“Mesmo com o Estatuto do Desarmamento em vigor, existe uma enorme facilidade de acesso e uma grande circulação de armas de fogo no Brasil, num comércio principalmente de contrabando. Em 2013, das 50 mil pessoas que foram mortas no País, 35 mil o foram por armas de fogo”, destacou Paim. 

De acordo com o Estudo Global sobre o Homicídio 2013, divulgado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, o Brasil e as nações americanas são os que registram os maiores índices de mortes por arma de fogo. A pesquisa afirma que duas em cada três pessoas assassinadas nos países das Américas são vítimas de armas de fogo. No Brasil, o índice é ainda maior, abrangendo 70% das mortes. 

Paim lembrou que mesmo ações com o intuito de desarmar a população deram o resultado esperado. É o caso da Campanha Nacional de Desarmamento, que estimula o recolhimento de armas mediante indenização. Segundo estimativas da ONG Viva Rio, existem 16 milhões de armas circulando no Brasil, e as armas retiradas de circulação não atingem 5% do total. 

“Como pode um cidadão encontrar paz num mundo como esse? Como poderá se sentir seguro? É por isso que devemos todos buscar a energia pela paz mundial. Devemos refletir sobre a definição de nosso papel como agentes da paz”, afirmou o senador. 

Segundo ele, a religião foi a maior causa de guerra entre os povos ao longo da história. Paim ressaltou que o Brasil e o mundo precisam refletir sobre a discriminação por raça, gênero, orientação sexual ou religiosa e dirigir a energia do universo para a cultura da paz mundial. 

O parlamentar destacou que as pessoas devem se conscientizar da necessidade do respeito ao outro e do seu direito à vida e à integridade como pessoa. Para ele, o mundo deve caminhar para uma convivência cada vez mais tolerante e de aceitação das diversidades. 

“O Estado tem por finalidade proporcionar bem-estar à população e somente a paz e o amor são ingredientes indispensáveis se quisermos chegar a esse objetivo”, disse. 

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