A vida é dura para o governo interino do golpista Michel Temer e seus auxiliares. Até o DEM, quem diria, está descontente com o “conjunto da obra”. A divulgação das conversas de Romero Jucá, senador que ocupa o Ministério do Planejamento, foi o estopim para tornar evidente o descontentamento. Dois incentivadores dos coxinhas batedores de panelas, Pauderney Avelino (AM), deputado federal, e Ronaldo Caiado (GO), senador e ex-articulador da União Democrática Ruralista (UDR), conhecida por atos violentos contra trabalhadores rurais, pediram a cabeça de Jucá sem cerimônia, numa atitude típica dos oportunistas.
Quando dava entrevista coletiva na hora do almoço para se explicar, um repórter perguntou a Jucá sobre o que achava do posicionamento externado por Avelino e Caiado. Indiretamente, Jucá chamou os dois de oportunistas: “Não pego carona e não pauto minhas posições pelas posições de outras pessoas”, disse Jucá, contrariado com os dois parceiros.
Acontece que o DEM gostaria de ter mais participação no governo golpista. Está representado com o inexpressivo deputado alçado a ministro da Educação, Mendonça Filho (PE). Ele foi um dos articuladores da transformação do Ministério da Cultura numa secretaria sob o guarda-chuva da Educação. No entanto, diante dos desencontros de Temer, que recebeu cinco “nãos” de pessoas convidadas a assumir a secretaria de Cultura e negaram, o DEM queria ver reconhecida sua articulação no golpe contra Dilma e não teve. Quando Temer voltou atrás e decidiu recriar o ministério da Cultura, boa parte do DEM se irritou.
Sem fazer cerimônia, quem dá o recado é o deputado Alberto Fraga (DF), o defensor do porte de armas e integrante da bancada da bala. No site Brasil 247, matéria mostra que ele chamou Temer de frouxo. “Se Temer voltar atrás, farei meu primeiro discurso no plenário contra ele. Um governo frouxo não vai vencer a dura oposição que vamos enfrentar”, afirmou. O deputado golpista não está errado. E estamos só no décimo dia do governo golpista.
Marcello Antunes
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