Paim: vamos ter a grandeza política de apontar para um futuro de conciliação, de entendimento, de harmonia, da volta do crescimento, da distribuição de rendaO senador Paulo Paim (PT-RS) voltou a defender, nesta terça-feira (19), em plenário, a proposta de realização de eleições diretas para o próximo dia 2 de outubro. A proposta faria com que as eleições presidenciais fossem antecipadas e ocorressem juntamente com as eleições municipais já previstas no calendário eleitoral.
Segundo Paim, essa seria uma proposta de conciliação nacional. “Uma proposta de encontro do Parlamento com as ruas. Porque todos que foram às ruas – favorável ou contra a Presidenta –, todos, sempre disseram que defendiam a democracia, porque esta estará sempre em primeiro lugar”, disse.
Paim reiterou que iniciará a coleta de assinaturas na tarde desta terça, para fazer o debate sobre o tema avançar. Apesar de se posicionar favoravelmente à realização de novas eleições presidenciais, o senador admite que a possibilidade de a ideia vingar é reduzida.
“Falando com inúmeros articulistas, especialistas, cientistas políticos, todos são unânimes: ‘Paim, mas nesse Congresso, com aquela Câmara, tu achas que eles vão abrir mão do mandato em nome do povo brasileiro? ’. Não vão abrir, mas pelo menos vamos ter a grandeza política de não querer o poder pelo poder. Vamos ter a grandeza política de apontar para um futuro de conciliação, de entendimento, de harmonia, da volta do crescimento, da distribuição de renda”, explicou.
Para o senador, a política do ódio, do confronto, do ataque pelo ataque, do nós e eles, não vai levar o País a solucionar os problemas que enfrenta. Apesar de não crer que o Senado aprove o processo de impeachment contra a presidenta Dilma, o senador lembrou que, durante o processo investigativo, a presidenta poderá passar até seis meses afastada de seu cargo.
“O que será o País nestes seis meses? Teremos um presidente e uma presidenta. Um, no Palácio da Alvorada, e o outro, aqui no Palácio onde fica o presidente, e a população dividida. Claro que haverá manifestações em todo o País, porque o processo está em andamento. Se o processo está em andamento, as pressões democráticas das ruas continuarão acontecendo, até que haja a votação final”, enfatizou.
Paim disse ter esperança de que o processo de análise do afastamento da presidenta corra de forma completamente diferente do que ocorreu na Câmara, conduzido pelo deputado Eduardo Cunha. “Nós não somos senadores de graça. Nós não chegamos aqui com uma caminhada longa durante a nossas vidas para ser apenas carimbador de uma proposta que veio da Câmara dos Deputados. O momento é este. A hora é agora, de cada um assumir, na sua grandeza política”, disse.
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