Para Walter Pinheiro, volta da CPMF não é solução para a crise brasileira

Para Walter Pinheiro, volta da CPMF não é solução para a crise brasileira

Pinheiro: Qualquer nova carga tributária que [o governo] criar vai aumentar inflação, criar dificuldade para a produção, criar dificuldade para a geração de postos de trabalho e aumentar o nível de desempregoDurante entrevista na rádio Tudo FM, na segunda-feira (21), o senador Walter Pinheiro (PT-BA) se colocou contrário à possível volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), que deve ser encaminhada pelo Executivo ao Congresso Nacional ainda no dia de hoje. “Qualquer nova carga tributária que [o governo] criar vai aumentar inflação, criar dificuldade para a produção, criar dificuldade para a geração de postos de trabalho e aumentar o nível de desemprego”, disse.

O senador lembrou que apresentou uma proposta para melhorara a economia, inclusive dos Estados e Municípios, que foi “baixar e unificar o ICMS no Brasil e, ao mesmo tempo, aprovar o Fundo de Desenvolvimento Regional. Apresentei uma emenda à constituição ainda em 2014, propondo a criação desse fundo. Isso combina redução de impostos com injeção de dinheiro nos estados e municípios. Não há como criar novo imposto e sim estimular a atividade produtiva”, disse.

O senador se posicionou ainda a respeito dos vetos presidenciais, que podem ser analisados amanhã (22), ao reajuste dos salários do Poder Judiciário em até 78,56%, à extensão da política de valorização do salário mínimo para todos os aposentados e pensionistas do INSS que ganham acima desse valor, além da substituição do fator previdenciário por outra fórmula que combina idade e tempo de contribuição. “Vou votar como votei. Votei num primeiro momento no Senado, porque o governo terminou não conversando, a favor da proposta que foi apresentada, então, portanto, vou manter o meu voto. Isso significa votar para derrubar o veto no fator [previdenciário], na questão do judiciário e no que diz respeito ao reajuste das aposentadorias. Se o governo quiser uma posição diferente tem até a undécima hora de amanhã para a gente conversar. Agora, era bom não deixar para a undécima hora porque aí o meu voto já vai cravado e pronto para esta questão”, afirmou.

Pinheiro voltou a afirmar que não está fazendo críticas do governo, mas cobrando atitude na condução da economia, no sentido de contribuir como parlamentar para uma saída da crise que o País atravessa. “Está falando aqui um sujeito que tem a obrigação de fazer essas cobranças porque eu fui à população para pedir voto para Dilma”, lembrou.

“O governo anunciou o pacote de medidas na segunda-feira da semana passada e nunca chegou uma folha de papel no Congresso Nacional com uma proposta. Então é preciso inclusive ter um nível de firmeza nas coisas. Ao invés de falar, faz. Esta é a cobrança que estou fazendo”, destacou.

Pinheiro citou como exemplo o envio da peça orçamentária ao Congresso. “Pela primeira vez na história o governo mandou um Orçamento que agora o próprio governo está dizendo que tem que corrigir. Mandou errado. Antes do governo enviar o Orçamento, no dia 31 de agosto, nós estivemos numa reunião com o Ministro do [Planejamento] Nelson Barbosa e ele nos disse que o governo ia cortar 10 ministérios. Porque que não mandou dentro do Orçamento este corte? Depois de ter feito essa bobagem de mandar o Orçamento com déficit, agora faz todo o movimento para dizer que o governo errou e agora tem que dar um jeito de arrecadar, mas arrecadar no lombo de um setor da economia que está com cansaço”.

Questionado pelos comunicadores Levi Vasconcelos e Almir Santana sobre os próximos pleitos eleitorais, Pinheiro voltou a afirmar que não está preocupado com isso. “Eu não estou preocupado com 2016 nem com 2018. Volto a dizer: Minha preocupação é outra e não com o processo eleitoral. Precisamos ter atuação na política desfocada disso”, afirmou.

Assessoria do senador Walter Pinheiro

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