“O trabalhador, que passou a ter uma renda |
Para ele, enquanto a vida das pessoas melhora, cresce o nível de exigência e a inconformidade em conviver com serviços públicos precários.
Os governos precisam criar novos mecanismos para dialogar com a sociedade e fomentar a participação popular nos “atos e dos fatos e nas decisões deste País”, afirmou o senador Walter Pinheiro (PT-BA), que, nesta terça-feira (18), em pronunciamento ao Plenário, fez uma análise das manifestações que, desde a semana passada, vêm tomando as ruas das principais cidades do Brasil.
Para Pinheiro, as novas tecnologias e ferramentas deveriam contribuir não só para melhorar a qualidade do serviço público prestado à população, como também para “permitir um grau maior de ausculta, por parte do poder público, à sociedade”, de forma a consolidar a construção de políticas públicas que guardem relação “com a realidade local, com os desejos individuais e, principalmente, com os anseios até recentemente “estrangulados, represados, e, em outras fases, inexistentes”.
O senador destaca que a mobilização exige uma reflexão sobre a degradação da qualidade de vida nos grandes centros urbanos. “Na minha opinião, o cerne dessas manifestações decorre da degradação da vida nas cidades”. Desencadeada pelos protestos contra o valor da tarifa do transporte público, a insatisfação expressa, a partir daí, “uma população que ficou mais exigente” e quer respostas, até porque paga caro por serviços que evoluíram na tecnologia, mas cuja qualidade não acompanhar essa mudança.
“O dia de ontem [as manifestações da última segunda-feira 17] foi marcado por uma síntese das mudanças que se processaram no Brasil”, avaliou Pinheiro. Para ele, enquanto a vida das pessoas melhora, cresce o nível de exigência e a inconformidade em conviver com serviços públicos precários, que ainda expressam uma realidade de outros tempos. “O trabalhador, que passou a ter uma renda muito melhor, ainda passa seis horas diárias dentro de um transporte coletivo”.
A população, afirma o senador, quer mais saúde, mais educação. “Ainda que possamos dizer que os serviços foram interiorizados, que há uma melhoria substancial da universalização de serviço”, mas a realidade ainda é insatisfatória. “Nessa hora, é preciso capacidade de diálogo, o exercício da plena democracia, respeitando o direito de todos, essas coisas são fundamentais para que a gente consolide esse nosso estágio democrático hoje vivenciado no Estado brasileiro”.
Cyntia Campos
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