Humberto: “Vimos líderes dos partidos da oposição fazer uma espécie de mea-culpa, apresentar uma agenda propositiva. Mas eles não conseguem ficar nem um mês na defesa de uma agenda propositiva. É sempre a ideia do quanto pior, melhor”Já virou rotina: se for preciso atrapalhar o governo, mesmo que milhões de brasileiros sejam prejudicados, o DEM estará de prontidão. No seu posto, estará fazendo o jogo do golpe contra a normalidade democrática que tem os senadores Aécio Neves (MG) e Aloísio Nunes Ferreira (SP) como chefes da banda do PSDB que prega a instabilidade constitucional. Embora neguem, todos estão jogando no time do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que manipula a tese do impeachment para tentar salvar a própria pele nas ações penais por corrupção e lavagem de dinheiro.
Mas o plenário do Senado, nesta terça-feira (08), não embarcou na tentativa do DEM de votar contra o projeto de conversão de lei da MP 693/2015, que garante adicional extra de energia e amplia a margem de segurança durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos.
O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) expoente da turma do “quanto pior melhor” tinha uma estratégia: estender a votação da MP até altas horas da noite, apostando na redução do número de parlamentares em plenário e na falta de quórum. Sua proposta era de falar por 70 minutos seguidos para ler suas propostas de destaque – um castigo desumano, que poucos senadores aprovaram. Com a derrota da chicana regimental de Caiado, parte da bancada do PSDB que reza a cartilha do “quanto pior, melhor”, acorreu em socorro do aliado declarando-se estar em obstrução. Mas o esforço foi em vão.
Por fim, venderam os interesses nacionais, mesmo com as seguidas interferência do estridente senador do DEM. Após seguidas derrotas, mais uma vez o de sempre: Caiado anunciou que recorreria ao STF, para fazer valer sua intenção de colocar em jogo a segurança elétrica para a realização dos Jogos Olímpicos do Rio.
Vários senadores do PT intervieram pedindo por bom senso. Lindbergh Farias (RJ) foi um deles. Classificou como “inacreditável” o que a oposição estava tentando fazer, ao sabotar a segurança elétrica das Olimpíadas.
“O País está numa grave crise econômica e a oposição decide trancar a pauta do Congresso Nacional. As pessoas estão cobrando de nós, parlamentares, a resolução desses problemas. Qual o sentido de trancar esta pauta?”, questionou, sem obter resposta.
“O acórdão do STF saiu agora. Está apostando a oposição no quanto pior, melhor. Não há como o País sair desta crise com um nível de impasse político como esse. Já não deixaram a Dilma governar há muito tempo, desde o começo do ano passado. Agora, quererem que a gente não trabalhe, não tome decisões legislativas? É o cúmulo! O PSDB e a oposição vão pagar por essa decisão, porque é uma decisão irresponsável de quem não está pensando no Brasil, é uma decisão daqueles que querem ficar no Fla-Flu, na briga política o tempo todo, nem que isso signifique mais paralisia ao País”, completou.
O senador Humberto Costa (PT-PE), líder do Governo no Senado, lembrou de uma votação particularmente sensível ao PSDB – a da polêmica votação da emenda constitucional que possibilitou a reeleição do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Naquela votação, o argumento usado por Caiado – a ausência do relator do projeto – foi vencido e os parlamentares puderam votar.
Mas Humberto não deixou de registrar: “No início deste ano, nós vimos líderes dos partidos da oposição virem aqui para fazer uma espécie de mea-culpa, apresentar uma agenda propositiva. Mas eles não conseguem ficar nem um mês na defesa de uma agenda propositiva. É sempre a ideia do quanto pior, melhor”, afirmou.
A presidenta Dilma deverá sancionar nos próximos dias o Projeto de Lei de Conversão 2/2016, relativo à medida provisória (MP 693/2015) que concede benefícios fiscais para distribuidoras de energia elétrica durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos deste ano. Essas isenções são dirigidas às distribuidoras que atuarão no Rio de Janeiro, sede dos jogos, e das cidades-sede da modalidade de futebol, como São Paulo, Belo Horizonte, Salvador, Brasília e Manaus.
Confira, abaixo, os senadores que votaram CONTRA os Jogos Olímpicos e Paralímpicos:
Aloysio Nunes Ferreira – PSDB (SP)
Antonio Anastasia – PSDB (MG)
Ataídes Oliveira – PSDB (TO)
Eduardo Amorim – PSC (SE)
Flexa Ribeiro – PSDB (PA)
José Agripino Maia – DEM (RN)
José Medeiros – PPS (MT)
Reguffe – Não tem partido (DF)
Ricardo Ferraço – PSDB (ES)
Ricardo Franco – DEM (ES)
Tasso Jereissati – PSDB (CE)
Zezé Perrella – PDT (MG)
Aécio Neves – PSDB (MG) – AUSENTE, não votou