O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) havia proposto ao plenário votar sua proposta (PEC 55/2007), que estabelece eleições diretas para os suplentes. Esse é o terceiro projeto apresentado por Suplicy com o mesmo teor, desde seu primeiro mandato, iniciado em 1991. “Acredito que a PEC 37/2011 não resolvia a questão de um suplente desconhecido, que não passou pelo crivo do voto popular, vir a se tornar senador, no caso do impedimento do titular”, ponderou Suplicy. Porém, com a derrota da proposição, Suplicy pediu para que sua emenda seja apreciada em nova data.
“Entendo que todos os membros dessa casa devam ser eleitos democraticamente e indago aos senhores que vieram da suplência se não se
Suplicy irá insistir na eleição direta para os |
sentiriam melhor se tivessem sido votados pelo povo”, apelou o senador paulista.
Já o líder do PT, senador Wellington Dias (PI), cobrou de seus colegas a apreciação de vários temas relacionados à reforma política. Para ele, PEC dos suplentes não seria suficiente para dar uma resposta aos anseios da população, que tem avaliado de maneira muito desfavorável a política e os políticos. “O ideal é que pudéssemos promover uma reforma política muito mais profunda, que aperfeiçoasse o sistema como um todo. Resolver questões isoladas é bom, mas não é suficiente”.
Para Wellington Dias, PEC dos suplentes não |
Para Wellington, deveria ser o conjunto dos cidadãos a ter a palavra definitiva sobre as mudanças no sistema político. “Foi neste sentido que a presidenta Dilma propôs e o PT defende a realização do plebiscito, para que a população dissesse como quer que funcione o sistema político. A nós, parlamentares, caberia receber essas determinações do plebiscito e implementar as mudanças definidas pelo voto popular”.
Os senadores Walter Pinheiro (PT-BA) e Delcídio do Amaral (PT-MS) também lamentaram a votação ocorrida. Em um duro desabafo, Delcídio pediu para o Senado “votar coisas importantes para o País”, que atendam às demandas de uma sociedade pós inclusão social. “Estamos votando coisas absolutamente irresponsáveis”, disse alertando para a necessidade do controle fiscal sobre o impacto financeiro das medidas aprovadas e para atender efetivamente às necessidades da população. “Temos que preparar o Brasil para depois dessa inclusão social”, disse.
A bancada do PT no Senado defende a realização de um plebiscito para consultar a população sobre os temas da reforma política. O partido vê como fundamental, por exemplo, a aprovação do financiamento público das campanhas eleitorais para restringir o domínio financeiro sobre os políticos e para combater a corrupção. Outros temas como a fidelidade partidária e o voto lista estão entre as iniciativas do PT.
Cyntia Campos