Política do Brasil com guerra à droga e pacificação recebe elogios da ONU

Em relatório apresentado nesta terça-feira, a Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes, órgão ligado à ONU, elogiou as ações repressivas do governo brasileiro contra o narcotráfico. O estudo, que reúne informações de todos os países do mundo que são produtores de drogas ou via de passagem para o narcotráfico, avalia as políticas adotadas e faz recomendações aos governos.

É nas avaliações que o Brasil desponta como bom exemplo, ao promover ações conjuntas entre as polícias e as Forças Armadas nas operações de pacificação das favelas do Rio de Janeiro. No capítulo dedicado às decisões de governo para “responder ao problema”, o texto da entidade diz que o Brasil obteve êxito na combinação das forças de repressão para resgatar para o Estado áreas antes dominadas pelo narcotráfico.

As UPP – Unidades de Polícia Pacificadora – são analisadas no detalhe, trazendo, em resumo, a avaliação de que elas reconstroem a confiança entre a polícia e a comunidade que atende. Outro ponto da política de segurança brasileira elogiada pela Junta Internacional são as seguidas campanhas desarmamento promovidas pelo governo federal.

Entre os pontos negativos ressaltados pelo documento,destaca-se a pesada crítica ao governo da Bolívia, que se desligou da Junta e abandonou a Convenção Única de Narcóticos, por não concordar com a classificação da cocaína como droga. “Trata-se de um grande desafio para o sistema internacional de controle de drogas”, ressalta, lembrando que o governo boliviano vem tentando voltar à organização – desde que seja reconhecido que o consumo de folhas de coca integra a cultura indígena boliviana, e ainda hoje é mascada por milhões de pessoas.

No âmbito da América Latina ainda, nenhuma outra região apresenta números tão dramáticos como a da América Central e Caribe. Vários países encontram-se convulsionados pela violência desatada pela guerra da polícia contra os de traficantes e pelos combates entre quadrilhas pelo domínio de territórios. A pressão exercida contra os traficantes que dominam a fronteira entre os EUA e o México, por exemplo, transformaram a região de Juarez em praça de guerra. Mais do que isso, o tráfico tem se refugiado para outros países da América Central e Caribe, como Honduras, El Salvador e Guatemala. “A violência atingiu níveis alarmantes e sem precedentes, transformando essa região numa das mais violentas do mundo”, diz o documento.

Drogas mais consumidas

O relatório também traz a classificação das drogas que, em 2009, encontravam-se entre as mais consumidas no mundo em várias regiões do mundo. Na América do Sul, a maconha continua sendo a mais consumida na região: cerca de 3% da população, entre 15 e 64 anos (7,6 milhões de pessoas). No Brasil, acrescenta, cerca de 20% da maconha consumida é produzida no próprio país, enquanto 80% vêm do Paraguai. Em 2010, as autoridades brasileiras destruíram 2,8 milhões de plantas e mudas, com 155 toneladas apreendidas.

 

No que toca ao atendimento a dependentes, a cocaína é a principal responsável pelo encaminhamento de pessoas para os centros de reabilitação.

 

Outro dado referente a esta droga aponta que, durante 2010, caíram as quantidades apreendidas pela polícia em vários países, dentre os quais Argentina, Colômbia, o Equador, Uruguai e a Venezuela, na comparação com dados do ano anterior. Na Colômbia, um dos grandes produtores da droga, por exemplo, as apreensões caíram de 253 toneladas para 211 toneladas. Em contrapartida, no Peru, outro grande produtos, elas cresceram de 20,7 toneladas para 30,8 toneladas – alta de quase 50%

 

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