Presidenta Dilma diz que Brasil passa tranquilo pela crise

Presidenta Dilma diz que Brasil passa tranquilo pela crise

A presidenta Dilma Rousseff tranquilizou a população brasileira ao assegurar que o Brasil vai passar com tranquilidade pela crise que afeta duramente os países da zona do Euro, em especial a Grécia. “Posso assegurar, nós estamos 100%, 200% 300% preparados”, disse ela, durante inauguração de uma obra de infraestrutura em Laguna (SC), nesta segunda-feira (21/05).  A presidenta ainda comparou a situação brasileira antes da inflexão iniciada pelo presidente Lula, de combinar o crescimento da economia com a inclusão social e a melhoria da renda da população. “Antes o mundo espirrava e nós pegávamos pneumonia”, completou.

Os fundamentos econômicos do Brasil, segundo a presidenta, são sólidos o bastante para evitar o contágio até porque ao longo dos últimos anos e a partir do governo do ex-presidente Lula, a estratégia de garantir a estabilidade, combater a inflação, gerar empregos, promover a inclusão social e melhorar a renda das famílias não foi abandonada.

Nesse período, embora Dilma não tenha citado, o Brasil tornou-se credor do Fundo Monetário Internacional (FMI) e criou um colchão de liquidez (proteção) representado com as reservas cambiais acima de US$ 370 bilhões. 

Em seu discurso, a presidenta Dilma observou que a situação brasileira melhorou inclusive na comparação quando do início da crise em setembro de 2008. Se lá atrás o Brasil foi o último a entrar na crise e o primeiro a sair, desta vez as reservas cambiais garantirão que a economia continue em crescimento.  Em 2008, as reservas somavam US$ 205 bilhões. “Estamos em condições de garantir que nossas indústrias exportem, importem e continuem funcionando”, afirmou.

Dilma fez um paralelo da crise que afeta a comunidade europeia e a situação do Brasil. Enquanto países da Europa seguem o caminho da recessão, o governo brasileiro optou pelo estímulo ao crescimento. “A Europa está enfrentando a crise com recessão, a ponto de que alguns países passam por taxas de empregos que sequer concebemos. Metade dos jovens de lá estão sem emprego. É um absurdo, é uma desesperança. O jovem é o futuro do país. O nosso futuro está preservado. Nós temos um compromisso com a geração de emprego e renda”, disse a presidenta.

No final de semana, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, já havia falado em entrevista ao jornal O Globo sobre a preparação do País para enfrentar a crise. Segundo ele, o BC está preparado para agir: “o que precisamos no Brasil é estar preparados para um eventual agravamento da situação internacional. Nossa visão agora é que a economia cresce menos, tem liquidez, tem mais volatilidade, sem dúvida, neste momento, mas temos de acompanhar a situação como estamos acompanhando. Quaisquer desdobramentos que sejam, temos de pensar nos impactos para o Brasil com tranquilidade. Estamos preparados para agir”.

Embora não tenha citado, a presidenta Dilma poderia lembrar que o mais recente balanço mensal do Cadastro Geral de Empregos e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho, mostrou que em abril foram criados 216.974 empregos com carteira assinada, ante os 111.746 novos postos criados em março, um aumento de 94,1% na geração de emprego entre um mês e outro. Na projeção, estima-se que o Brasil, ao contrário da Europa, poderá gerar dois milhões de empregos neste ano.

E a notícia que corrobora com a previsão otimista da presidenta é que o setor da indústria de transformação, em abril, gerou 30.318 novas vagas, demonstrando que há recuperação da indústria.

Na área de crédito, a presidenta informou que o Banco Central está preparado para oferecer crédito para o setor produtivo, até porque existem depositados R$  440 bilhões relativos ao que se chama de empréstimo compulsório, uma elevada quantia de dinheiro dos bancos públicos e privados que fica depositada no BC e que pode ser usada a qualquer momento, como aconteceu durante a crise de 2008. Mas na ocasião, quando o BC liberou para o crédito parte desses recursos do depósito compulsório e adotou outras medidas chamadas de anticíclicas, ou seja, iniciativas para não travar a economia, o volume correspondia a pouco mais de R$ 230 bilhões.

A inauguração da ponte em Laguna, segundo Dilma, é prova de que a opção do Brasil é pelos investimentos, tanto é que foram gastos R$ 500 milhões numa obra que faz parte da melhoria do tráfego da BR 101, eixo importante de ligação do Sul com as demais rodovias. Na solenidade, ao lado do governador Raimundo Colombo, que é do PSD, a presidenta mostrou na prática o que disse quando tomou posse, que governa para todos e ainda assumiu o compromisso de duplicar a BR -470 e a BR-280. “Eu sei que até o governador levanta isso para mim. Eu sei que a BR-470 é como se fosse uma espécie de coluna vertebral de local de transmissão, tanto no que se refere à circulação de pessoas, como de bens, de serviços, como de infraestrutura para os portos”, disse.

Para quem se surpreendeu com a presidenta Dilma por ter sido direta ao dialogar com os prefeitos, na XIV Marca dos Prefeitos, em Brasília, ao dizer que lutem para ganhar royalties daqui para a frente, em Laguna afirmou que para encerrar as obras da BR 101 é fundamental fazer o túnel do Morro dos Cavalos. “Nós sabemos que a construção do túnel é uma obra complexa, por isso, ao mesmo tempo em que fazemos a obra, vamos construir uma estrada, uma variante, para garantir que não haja as consequências de congestionamento nessa estrada importante para o Sul do Brasil”. Com a obra iniciada hoje, agora fica mais fácil chegar à Santa Catarina por via terrestre.

Marcello Antunes com agências de notícias

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