Priorizar combate à fome foi escolha política que transformou vidas,diz Dilma

Priorizar combate à fome foi escolha política que transformou vidas,diz Dilma

Dilma Rosseff: “Nenhum passo atrás será dado nessa trajetória. Vamos atualizar, vamos ampliar nossa agenda. Ela não é uma agenda qualquer, é uma das agendas centrais do meu governo”O Brasil tem uma trajetória vitoriosa nas políticas de segurança alimentar e nutricional. Em 2014, o País saiu do Mapa Mundial da Fome, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), graças a políticas que garantiram à população mais renda e maior acesso a alimentos. 

Para aperfeiçoar essas políticas públicas e aprofundar o debate sobre os desafios, como a promoção da alimentação saudável e o combate à obesidade, sociedade civil e governo participam, desde essa terça (3) e até sexta-feira (6), da 5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. 

Com o tema Comida de verdade no campo e na cidade: por direitos e soberania alimentar, o encontro reúne cerca de 2 mil pessoas em Brasília. A presidenta Dilma Rousseff e a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, participaram da abertura do evento, que acontece  21 anos após a primeira Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional, realizada no País, em 1994. 

Hoje, o Brasil comemora a primeira geração de brasileiros livres da fome, na escola e com acompanhamento de saúde.  Para a ministra, priorizar o combate à fome foi uma escolha política do governo brasileiro que transformou a vida de milhões de brasileiros e que fez com que o Brasil saísse do patamar de 10% da população passando fome – na primeira metade dos anos 2000 – para 1,7% das pessoas em situação de insegurança alimentar, em 2013. 

Durante discurso na conferência, Dilma lembrou que, em decorrência da prioridade política dada ao combate à fome desde 2003, o Brasil conseguiu estabelecer políticas que fizeram com que o País saísse do Mapa da Fome da ONU pela 1ª vez, no ano passado. Ela afirmou ainda que o Brasil reforçará as políticas públicas de combate à fome e pela garantia da segurança alimentar dos brasileiros. 

“Nenhum passo atrás será dado nessa trajetória. Vamos atualizar, vamos ampliar nossa agenda. Ela não é uma agenda qualquer, é uma das agendas centrais do meu governo”, disse. “Avançaremos, sem qualquer recuo, em todas as ações que garantem que brasileiras e os brasileiros fiquem livres da fome, inclusive mantendo a busca ativa para aqueles que ainda não foram inseridos na rede de proteção social”. 

Bolsa Família continua

Durante a abertura da conferência, Dilma lembrou ainda que o Brasil passa por um momento de ajustes, necessário para reorganizar a situação fiscal, reduzir a inflação e recuperar a força da economia nacional. Que, para isso, foram adotadas várias medidas. 

E todas elas têm o objetivo de encurtar esse período, para o País possa, de forma mais rápida, crescer e gerar todos os empregos e oportunidades necessárias ao povo. 

“Todas as escolhas que fizemos estiveram orientadas pelo compromisso de, mesmo determinados a fazer essa reorganização da nossa economia, não abrir mão das políticas que estão mudando o Brasil. Quero assegurar a vocês que o Bolsa Família continua sendo pago pontualmente e, garanto a vocês, que não será reduzido”. 

Betinho 

Tereza Campelo lembrou a realidade das campanhas de combate à fome no Brasil até o início anos 1990, lideradas por nomes como o do ativista Herbert José de Sousa, o Betinho, e que eram marcadas essencialmente por políticas assistenciais e filantrópicas. Para Campello, hoje o Brasil é outro porque o País criou políticas estruturais para combater à fome e à miséria. 

“A primeira Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional foi em 1994, marcada por uma ação e um movimento puxado pelo Betinho e outros atores, militantes e ativistas que tentavam mobilizar a sociedade juntando alimentos e gêneros alimentícios para tentar socorrer uma população inteira passando fome. Ficou muito famoso o Natal sem Fome que o Betinho promovia. Quer dizer: era a ausência do Estado brasileiro que acabava levando pessoas engajadas, comovidas com a filantropia e com a caridade a assumir uma tarefa que devia ser uma tarefa que deveria ser do Estado brasileiro”, enfatizou. 

Para Campello, a partir de 2004 o governo brasileiro assumiu o problema da fome como uma agenda central para o Brasil e desenvolveu um conjunto de políticas que permitiram que o País pudesse realmente alterar de forma estrutural a realidade das pessoas. 

De acordo com a ministra, o objetivo não era fazer com que os brasileiros continuassem dependendo da doação de alimentos, mas alterar efetivamente a vida dessas pessoas.  Para a ministra, a garantia do acesso a renda para milhões de brasileiros foi fundamental para esse processo. 

“Tinha fome no Brasil não porque não tinha alimentos, tinha fome no Brasil porque as pessoas não tinham renda. Então assumir o combate à fome e à pobreza como prioridade do governo e a partir daí ampliar a renda das famílias como o aumento do salário mínimo, como geração de empregos, como o Bolsa Família, com outras políticas de geração de renda permitiu que essas famílias tivessem acesso a alimentos que já eram produzidos no Brasil. O governo conseguiu dessa forma criar uma nova realidade para o Brasil”, acrescentou. 

Alimentação saudável

A presidenta Dilma Rousseff firmou, durante a Conferência, o Pacto Nacional pela Alimentação Saudável, cujo objetivo é promover campanhas de esclarecimento da população sobre a importância de hábitos alimentares saudáveis e atuar no ambiente escolar, no sistema de saúde e nos equipamentos públicos de alimentação. 

O pacto também prevê incentivos à produção de alimentos orgânicos, agroecológicos e da agricultura familiar visando assegurar a oferta regional e local desses produtos. Ele mobilizará os estados, o Distrito Federal e os municípios, além da sociedade civil organizada, dos organismos internacionais e do setor privado. 

A presidenta afirmou que, assim como venceu a fome, o Brasil tem condições de vencer o problema da obesidade. “Precisamos agir para enfrentar essa epidemia de doenças decorrentes da má alimentação que já começa a afetar o nosso País. Queremos hábitos alimentares saudáveis para todas as brasileiras e brasileiros. Para todas as crianças do nosso país. Essa é a nossa meta principal para o próximo período, e esse é o meu compromisso”, afirmou a presidenta. “Até muito pouco tempo atrás, acabar com a fome era só um sonho. Hoje, talvez seja difícil acreditar que a epidemia de obesidade possa se tornar um fato do passado no Brasil. Se pudemos transformar o primeiro sonho em realidade, poderemos certamente ter o mesmo sucesso com o segundo”. 

Com informações do Blog do Planalto 

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