Regina: erro de matemática elementar de Ensino Médio. Foto: Jefferson Rudy/Agência SenadoO vacilo da vez da gestão interina é o “errinho” de cálculo que pode gerar um gasto extra de quase R$ 15 bilhões, até 2018, para os cofres públicos. Trata-se da diferença do valor divulgado inicialmente pela gestão provisória de quanto custaria os reajustes dos servidores públicos federais, aprovados no dia 2 na Câmara dos Deputados. A senadora Regina Sousa (PT-PI), em discurso ao plenário nessa quarta-feira (15), protestou sobre esse absurdo.
“E eu até fico na dúvida: foram aprovados na Câmara 14 projetos de lei, se não me engano, com um valor e agora descobriu-se que o valor é outro. Como é que vai ser isso? Vai haver nova votação? Vai ser encaminhada nova mensagem?”, questionou.
Em tabela divulgada no mesmo dia da aprovação da medida, o Ministério do Planejamento projetou o impacto acumulado dos aumentos salariais em R$ 52,9 bilhões no período de 2016 a 2018. Após questionamento do jornal Valor Econômico, o órgão voltou atrás, disse que o valor estava “subestimado” e o corrigiu para R$ 67,7 bilhões.
“Conseguiram errar na bagatela de R$ 15 bilhões de reais, uma matemática elementar de Ensino Médio”, criticou Regina.
O “erro”, de fato, leva em conta cálculos básicos. Primeiro, foi feito sem considerar que o reajuste concedido neste ano, com validade apenas a partir de agosto, teria um efeito pleno em 2017, ou seja, anualizado. Além disso, sobre os salários reajustados com o percentual concedido em 2016 incidiria um novo reajuste de 5% a partir de 1º de janeiro e, outro, em 2018.
“Isso, se fosse no governo nosso, seria motivo de página de jornalões, manchetes e memes nas redes sociais de todo o tipo para ridicularizar, principalmente a nossa presidenta Dilma”, disse a senadora.
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