Lula: a gente não troca de presidente como troca de roupa. A Dilma tem três anos de mandato aindaNo ato Semiárido Contra o Golpe, em Petrolina (PE), o ex-presidente afirmou que o golpista Temer e seus aliados “assaltaram o poder” ao afastar a presidenta Dilma. “Aqui, a Dilma teve 75% dos votos. Se não respeita a democracia, respeite o povo de Petrolina. Respeite o povo do Nordeste”, disse Lula, na noite dessa segunda-feira (11).
“Como é que o seu Temer quer chegar sem disputar? A gente não troca de presidente como troca de roupa. A Dilma tem três anos de mandato ainda”, enfatizou.
O ex-presidente garantiu que segue empenhado em convencer senadores a votar contra o impeachment. “Não para apenas garantir o mandato da Dilma, mas para evitar que os trabalhadores percam direitos que custaram a conseguir”.
Lula voltou a afirmar que não pretende ser candidato em 2018, mas declarou que se continuarem reduzindo “os direitos do povo brasileiro a pó”, ele pode se sentir “provocado” a defender os trabalhadores e voltar a se candidatar.
Desenvolvimento do Semiárido
Em seu discurso na cidade pernambucana, Lula destacou as ações de seu governo e do governo da presidenta Dilma para o desenvolvimento da região.
“Não temos que brigar com a seca, temos que aprender a conviver com ela. Sei que falta muito a fazer, mas ninguém mais vai dizer que o povo do semiárido não tem condições de sobreviver se não for para o Rio de Janeiro viver num barraco”, afirmou.
O ex-presidente se disse orgulhoso por ter começado a aumentar o financiamento do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), e levado o Pronaf para o Nordeste.
“Era preciso que o pequeno trabalhador do Semiárido tivesse acesso ao financiamento do Pronaf. Tenho orgulho de ter acreditado nas pessoas que vivem do seu suor, do seu sangue. Os governos anteriores ignoravam essas pessoas”, ressaltou.
Lula lembrou que foi nos governos do PT que milhares de cisternas foram construídas no Semiárido e que 15 milhões de pessoas passaram a ter energia elétrica. “Antes, não tinha nem 10 mil cisternas. Sabíamos que tinha que ser política de Estado e por isso fizemos”, disse.
“Levamos energia a 15 milhões de pessoas. A gente levava luz no sertão e gerava emprego na cidade. As pessoas começaram a comprar geladeira, fogão”, frisou.
Lula em Juazeiro
Mais cedo, o ex-presidente participou do ato ‘Bahia Mais Forte’, organizado pelo governo baiano na cidade de Juazeiro (BA), onde recebeu o título de cidadão de Juazeiro.
O evento reuniu movimentos sociais, gestores públicos e a população local no lançamento de uma série de ações para o desenvolvimento rural do semiárido.
Ao lado do governador da Bahia, Rui Costa (PT), e do ex-governador Jaques Wagner, Lula afirmou que o que está acontecendo no Brasil é um desrespeito ao voto popular e um golpe patrocinado por uma mídia que quer criminalizar o PT.
“Agora eles estão tentando desmontar programas sociais, criar as condições para vender a Petrobras, o Banco do Brasil. Esse filme já vimos. O PT tem quadros muito bons e eu não preciso voltar. Agora, se o governo que está aí não sabe governar e precisa vender patrimônio público, eu digo: se vocês não sabem, eu sei!”, declarou.
Destacando o desenvolvimento do semiárido, o ex-presidente lembrou que deu muitas palestras pelo mundo contando como o Brasil saiu do Mapa da Fome da ONU.
“Eu dizia: se você quer acabar com a fome do seu país, não tem outro jeito: você precisa incluir o pobre no orçamento. Seria impossível esse país chegar onde chegou se não fossem vocês”.
Com informações da Agência PT de Notícias
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