A convergência de que a produção do agronegócio e a preservação das florestas estão assegurados na Medida Provisória 571/2012 marcou as apresentações iniciais dos representantes do Governo, que discutiram, na manhã desta terça-feira (26/06), o texto que complementa o novo Código Florestal Brasileiro. Entretanto, o segundo momento, marcado pelas explanações dos parlamentares, denunciou, mais uma vez, uma bancada ruralista insatisfeita, que quer a todo custo flexibilizar a proteção das matas e pouco disposta a recuperar áreas ilegalmente desmatadas.
A média de pensamento registrado pelos colegas ligados ao setor produtivo chocou o senador Jorge Viana (PT-AC), vice-presidente da Comissão Mista que analisa a MP e ex-relator do Código no Senado. Ele ponderou que a proteção ao meio ambiente é necessária até para a continuidade do agronegócio. “Não está bom? Tem que tirar tudo? Vai produzir sem uma única árvore na propriedade? Vai produzir sem água?”, indagou.
“O Brasil tem que ser o país de maior produção agrícola, nas próximas décadas, com mais produtividade e respeito às regras ambientais. Mas a gente recompor é um discurso que não se mantém. Nós temos 190 milhões de cabeças de gados, e somos o único país que podemos ter mais cabeças em menos áreas”, ressaltou o senador, que destacou a importância de sair, da comissão, um resultado balizador para os plenários do Senado e da Câmara.
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Catharine Rocha