Fátima: restabelecer a democracia e construir uma saída sustentável para a crise econômica é o único caminho possívelA senadora Fátima Bezerra (PT-RN), em artigo, disse que o processo de impeachment da presidenta Dilma na Comissão Especial era, desde o início, um jogo de cartas marcadas que ficaram expostas na votação da última quinta-feira (04). “Desde o início [do processo] que a correlação de forças na comissão era completamente desfavorável à democracia brasileira, aos avanços e conquistas dos últimos treze anos”, disse.
De acordo com Fátima, a peça de defesa da presidenta Dilma, os depoimentos das diversas testemunhas de defesa nas oitivas da comissão especial, as fragilidades do laudo pericial e a recente decisão do Ministério Público Federal deixaram mais do que claro: a presidenta Dilma Rousseff não cometeu nenhum crime de responsabilidade. “Não houve operação de crédito, não houve edição de decretos suplementares sem autorização do Congresso e não houve comprometimento da meta fiscal”, enfatiza.
Só com pressão da sociedade, segundo a senadora, será possível derrotar o golpe e a agenda conservadora do governo ilegítimo que busca destruir os direitos assegurados na Constituição de 88 e na Consolidação das Leis do Trabalho, que pretende concluir a obra do PSDB iniciada na década de 90: vender o Brasil.
“É hora de levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima, com a garra e a convicção de quem assume o lado certo da história. Restabelecer a democracia e construir uma saída sustentável para a crise econômica é o único caminho possível para o desenvolvimento econômico e social do nosso país”, conclui.
Confira a íntegra do artigo:
Unidade em defesa da democracia
Na última quinta, a Comissão Especial do Impeachment aprovou o relatório do senador Antonio Anastasia, pela continuidade do processo de impeachment da presidenta Dilma, embasada na falácia das pedaladas fiscais e dos decretos de suplementação orçamentária.
As cartas já estavam marcadas, pois sabíamos desde o início que a correlação de forças na Comissão era completamente desfavorável à democracia brasileira, aos avanços e conquistas dos últimos treze anos. Sabíamos que o relator era do mesmo partido que encomendou a denúncia contra a presidenta da República democraticamente eleita, do mesmo partido que foi derrotado quatro vezes seguidas nas eleições presidenciais e decidiu se aliar a Eduardo Cunha para construir um atalho ao poder.
A peça de defesa da presidenta Dilma, os depoimentos das diversas testemunhas de defesa nas oitivas da Comissão Especial, as fragilidades do Laudo Pericial e a recente decisão do Ministério Público Federal deixaram mais do que claro: a presidenta Dilma Rousseff não cometeu nenhum crime de responsabilidade. Não houve operação de crédito, não houve edição de decretos suplementares sem autorização do Congresso e não houve comprometimento da meta fiscal.
É por isso que afirmamos com muita convicção que o relatório apresentado pelo senador Anastasia é uma fraude jurídica, além de uma farsa política, embora a maioria conservadora que compõe a Comissão Especial rejeite as palavras “fraude” e “golpe”, pois sabe que a história não vai perdoar aqueles que conspiraram contra o Estado Democrático de Direito e tentaram anular a soberania das urnas.
A resistência democrática, entretanto, persiste, no parlamento e nas ruas. Não desistimos de disputar a opinião dos parlamentares que têm trajetórias honradas e comprometidas com a soberania nacional, que têm compromisso com um princípio sagrado da democracia que é o voto popular. Apesar de a mídia hegemônica tentar construir o ambiente de fato consumado, temos plenas condições de conquistar os votos necessários ao arquivamento do processo de impeachment, que tem como objetivos interditar as investigações da Lava Jato e fazer o Brasil retroceder ao tempo da casa grande e da senzala.
Para isso, entretanto, será necessário que mais uma vez os setores democráticos da sociedade brasileira se manifestem nas praças e avenidas de nosso país, dando mais uma demonstração de coragem e resistência. Próxima terça-feira (09/08), o relatório do senador Anastasia (PSDB) será votado no plenário do Senado Federal, em plena realização das Olimpíadas, quando teremos a oportunidade de denunciar o golpe de Estado em curso aos milhares de estrangeiros que visitam o nosso país.
Somente com pressão da sociedade será possível derrotar o golpe e a agenda conservadora do governo ilegítimo, que busca destruir os direitos assegurados na Constituição de 88 e na CLT, que pretende concluir a obra do PSDB iniciada na década de 90: vender o Brasil.
É hora de levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima, com a garra e a convicção de quem assume o lado certo da história. Restabelecer a democracia e construir uma saída sustentável para a crise econômica é o único caminho possível para o desenvolvimento econômico e social do nosso país.
Senadora Fátima Bezerra
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