Solicitada por Paim, CDH debaterá racismo no futebol

Audiência foi motivada pelos diversos casos de racismo no futebol brasileiro registrados neste ano. Goleiro Aranha foi hostilizado num dos episódios de maior repercussãoO racismo sofrido nos campos de futebol pelos jogadores negros será debatido em audiência pública promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), na próxima segunda-feira (17), às 9h, na sala 2 da ala Senador Nilo Coelho.

Requerida pelo senador Paulo Paim (PT-RS), a audiência com representantes do governo e do futebol brasileiro foi motivada pelos vários casos de preconceito racial registrados em estádios este ano.

Um dos casos de maior repercussão ocorreu em 28 de agosto em uma partida entre Grêmio e Santos. Um grupo de torcedores gremistas foi flagrado pelas câmeras de TV chamando de macaco o goleiro santista Aranha.

Identificada por internautas nas redes sociais, a jovem Patrícia Moreira, uma das pessoas acusadas, perdeu o emprego e teve a casa apedrejada e incendiada. Ela confessou o crime, desculpou-se, e responde na Justiça pelos seus atos, juntamente com outros torcedores.

Casos anteriores
Este ano também foi marcado por ataques racistas ao jogador do Barcelona Daniel Alves. Num gesto de ironia, o jogador brasileiro comeu uma banana lançada em campo por um torcedor do adversário Villarreal. Em apoio ao companheiro de equipe, o atacante Neymar lançou no Twitter a campanha viral #SomosTodosMacacos em que os internautas, inclusive celebridades, atletas e políticos, postaram fotos de protesto segurando bananas.

Antes disso, também neste ano, o volante Tinga, do Cruzeiro, foi vítima de racismo durante a partida contra o Real Garcilaso, do Peru, que imitavam macacos a cada vez que o jogador tocava na bola.

Em março, o árbitro gaúcho Márcio Chagas da Silva foi xingado de “macaco safado” no jogo Esportivo x Veranópolis. O carro dele foi amassado, arranhado e bananas foram atiradas no teto e no capô.

Antes da Copa do Mundo, a Confederação Brasileira de Futebol chegou a anunciar o lançamento de um aplicativo para dispositivos móveis que permite denunciar atos de racismo no futebol.

Participantes
Foram convidados para a audiência pública Ideli Salvatti, ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República; Luiza Bairros, ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial; José Maria Marin, presidente da Confederação Brasileira de Futebol; Francisco Novelletto Neto, presidente da Federação Gaúcha de Futebol; Fábio Koff, presidente do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense; Odílio Rodrigues Filho, presidente do Santos Futebol Clube; e Joaquim Evangelista, presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol.

Com informações da Agência Senado

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