O Partido dos Trabalhadores manifesta sua solidariedade ao povo do Chile, vítima da brutal repressão por parte do governo neoliberal de Sebastián Piñera, que colocou as Forças Armadas nas ruas contra a população, pela primeira vez desde a redemocratização do país em 1990.
As grandes manifestações de protesto que vêm ocorrendo desde a semana passada nas principais cidades do Chile expressam a revolta da sociedade com o aprofundamento das medidas que prejudicam os trabalhadores, os estudantes, idosos e a população mais pobre.
Desde a sangrenta ditadura de Pinochet o Chile foi transformado num laboratório das receitas neoliberais da escola de Chicago, e o país experimenta os efeitos nefastos da privatização dos bens e serviços públicos, da educação, dos transportes, do sistema de aposentadorias, junto com o desmonte das leis trabalhistas e o ataque aos sindicatos.
É o modelo que levou o Chile a ter o mais injusto sistema de aposentadorias da América Latina e as mais altas mensalidades de ensino, inclusive nas escolas e universidades públicas, que tornou o sistema de saúde inacessível à imensa maioria e arrochou os salários dos trabalhadores.
É contra os resultados acumulados do modelo econômico neoliberal que a população se rebela, e não só contra o aumento das tarifas de transporte. Em resposta, o neoliberalismo exibe sua face autoritária e repressiva, com a proibição de manifestações pacíficas, a violência da Polícia e das Forças Armadas, o estado de emergência e o toque de recolher.
O que ocorre hoje no Chile é um alerta para todos os povos e países da América Latina em que o grande capital e as forças de extrema-direita tentam impor novamente o modelo neoliberal fracassado e criminoso, que já não esconde seu caráter antidemocrático, como estamos assistindo no Brasil.
O Partido dos Trabalhadores, solidário ao povo do Chile, faz um chamado ao diálogo democrático, com a imediata suspensão das medidas de exceção, do estado de emergência e da violência contra as manifestações legítimas e pacíficas da população. Só a democracia e o respeito aos direitos podem trazer respostas efetivas aos dramáticos apelos dos trabalhadores e da sociedade chilena.