A presidenta avalia que a sociedade precisa |
Superadas a miséria e a pobreza extrema visíveis no Brasil, os sonhos, planos, desejos e reivindicações do povo brasileiro mudaram de patamar. Se antes a grande preocupação das parcelas mais carentes da população era ultrapassar a barreira da fome, agora, dotado de uma renda mínima, emprego decente e condições básicas de cidadania, esse mesmo brasileiro quer serviços de qualidade. Assim a presidenta Dilma Rousseff definiu, nesta quarta-feira (6), numa reunião com chefes de Executivo estaduais e municipais as novas demandas do povo brasileiro.
Para Dilma, é preciso agora investir em áreas como mobilidade urbana, pavimentação e saneamento básico, que considera essenciais para que o Brasil possa se considerar um País desenvolvido. A presidenta lembrou que o Governo Federal já investiu R$ 69,9 bilhões nas três áreas. “Para alguém ser portador de cidadania numa sociedade moderna não basta só a renda, não basta só um emprego, precisa de serviços de qualidade. Por isso, o Governo Federal tem esse compromisso com o PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento”, declarou, ao anunciar que estão sendo disponibilizados R$ 33 bilhões para estados e municípios a serem investidos em projetos nas três áreas selecionadas pela segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2).
Durante o evento, a presidenta defendeu os projetos do Governo para remodelar o setor de infraestrutura, como aeroportos, ferrovias e portos, voltou a fazer um apelo para que os valores dos royalties do petróleo e gás sejam destinados à educação e defendeu o mérito do governo do PT nos programas contra pobreza e miséria.
Trabalho conjunto
Ela ressaltou a importância do trabalho conjunto entre as diferentes esferas de governo para atender as novas demandas dos brasileiros, principalmente dos que deixaram a pobreza extrema nos últimos anos. “Essa é uma reunião extremamente importante, porque nela estamos
Dilma disponibilizou R$ 33 bilhões para estados e |
discutindo as questões mais importantes para o Brasil. Nós temos uma função em comum para o desenvolvimento do país, que é a garantia de mais condições para o povo brasileiro e mais oportunidades para eles. (…) Nós estamos mudando o patamar de reivindicação do nosso povo”, afirmou Dilma.
“Muitas das atribuições de cada um de nós são diferenciadas. Saneamento é de estados e municípios. Pavimentação é de prefeituras. Mobilidade urbana não é típica do Governo Federal, ou não era típica do Governo Federal, melhor dizendo, empregando o verbo de forma adequada. Eu acho que nós mudamos essa questão. O governo do presidente Lula mudou essa visão e eu tenho certeza que nós prosseguimos nessa caminhada ampliando o horizonte de investimento”, disse, destacando a importância das ações conjuntas.
“O primeiro grande serviço que o Brasil tem que enfrentar é o saneamento. É inadmissível que nós queiramos dobrar nossa renda per capita, aumentar nossa taxa de investimento, se uma parte desses investimentos, principalmente os públicos que nós compartilhamos entre nós, não sejam destinados ao saneamento”, disse Dilma.
Ela também destacou a importância de priorizar questões relacionadas à mobilidade urbana. “Nós não podemos ter a nossa população, praticamente 80% nas cidades; nós nos transformarmos significativamente de um país que cuja população vivia num mundo rural para um país dominantemente urbano, com grandes concentrações, que são as grandes regiões metropolitanas, mas também com médias”.
E, por último, mencionou investimentos em pavimentação. “Nós sabemos que essa é uma demanda das prefeituras. Pavimentação, muitas vezes, faz a diferença numa região, e isso, para mim, é muito importante estar colocando, para pavimentação, R$ 8,2 bilhões”.
Programas sociais
Ao final do discurso, a presidente voltou a falar que o cadastro que deu origem ao programa Bolsa Família, carro-chefe do governo do ex-presidente Lula, foi mérito das gestões do PT – rebatendo afirmação de dirigentes tucanos de que ele vinha da era Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). “Todo mundo acha que o Bolsa Família a gente fez na canetada. O Bolsa Família precisou de arte e engenho. Precisou de vontade política”, disse. “Não é milagre, não é malabarismo nem estatística. Nós colocamos hoje todos os 36 milhões de brasileiros do cadastro do Bolsa Família acima da linha da miséria”, acrescentou, pedindo ajuda em seguida aos governadores e prefeitos para achar a “pobreza extrema que está oculta e não se vê”.
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