Suplicy apela por libertação de ativista brasileira presa

“Peço a libertação de Ana Paula Maciel, detida em ato pacífico pelo bem-estar da humanidade”.

Suplicy apela por libertação de ativista brasileira presa

 

“Devemos lembrar que a causa defendida por
Ana Paula é de interesse de toda a humanidade.
Se não lutarmos pela preservação do planeta,
não haverá futuro para a vida na Terra”

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) defendeu a imediata libertação da bióloga brasileira Ana Paula Maciel, ativista do grupo ambientalista Greenpeace que está presa na Rússia em decorrência de um protesto contra a exploração de petróleo no Ártico. “Considero importante unir nossas vozes [do Senado] a de todos que encaminharam solicitações às autoridades russas para pedir pela libertação da brasileira e também pela libertação dos outros ativistas presos”.

Em pronunciamento no plenário nesta terça-feira (5), Suplicy defendeu que todos os senadores se engajem nesta luta. “Devemos lembrar que a causa defendida por Ana Paula é de interesse de toda a humanidade. Se não lutarmos pela preservação do planeta, não haverá futuro para a vida na Terra”. O senador é vice-presidente do Grupo Parlamentar Brasil/Rússia e requereu à Mesa da Casa que cópia de seu pronunciamento fosse encaminhada ao embaixador daquele país para conhecimento de sua posição. “Peço a libertação de Ana Paula Maciel, presa em função da sua atitude pacífica na Rússia em favor de melhor bem-estar para a humanidade”.

Ana Paula foi presa em 19 de setembro, a bordo do barco Artic Sunrise, da organização não governamental Greenpeace, apreendido pela guarda costeira russa e rebocado para o Porto de Murmansk. Além da brasileira, outros 27 ativistas e dois jornalistas também foram presos. “Eles faziam um protesto pacífico – ressalto: pacífico – contra a prospecção e produção de petróleo no Ártico. De acordo com o Greenpeace, a produção dessa plataforma, que deverá ter início no primeiro semestre de 2014, aumentará o risco de um vazamento de petróleo em uma área que contém três reservas naturais protegidas pela própria legislação russa”, ressaltou Suplicy.

O senador lembrou as ações já adotadas em favor da bióloga, como a determinação do Governo brasileiro ao embaixador em Moscou, Fernando Barreto, de apresentar uma carta ao governo russo responsabilizando-se pelo comparecimento de Ana Paula à Justiça, sempre que requisitada, para que ela possa responder ao processo em liberdade. Da parte do Senado, além do envio de correspondência ao Conselho da Federação da Assembleia Federal da Rússia pedindo a libertação da bióloga, também há a determinação de envio de uma delegação oficial para negociar com o parlamento russo essa libertação.

Suplicy também leu trechos de uma carta de Ana Paula endereçada a todos que trabalham por seu retorno ao Brasil. “Creio que não estariam indo procurar petróleo no Ártico se não houvesse quem o utilizasse. Se fôssemos mais preocupados em ser do que ter, usaríamos menos petróleo, a natureza estaria sob menores riscos, os protestos pacíficos não seriam necessários, eu não estaria presa injustamente”, afirma a bióloga, que agradece “a todas as pessoas que se importam e que clamam por nossa liberdade”, especialmente “ao Governo e ao povo brasileiro, que têm se mostrado incansáveis em seu suporte pela minha liberdade”.

A ativista cita especialmente Clara Solon, integrante do quadro da embaixada do Brasil na Rússia, considerada por Ana Paula “quase uma segunda mãe”, por sua atuação “impecável em suas visitas, presença na corte, apoio psicológico e tudo o que está a seu alcance”. Ela pede a todos que “salvem o Ártico. Consumam menos para serem mais, usem sacolas reutilizáveis, apaguem as luzes ao não usá-las, procurem produtos com menos embalagem, usem mais as pernas e menos os carros”. Se os leitores da carta prometerem ao menos tentar mudar de atitude, avalia Ana Paula, sua prisão não terá sido em vão.

Cyntia Campos

 

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