O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT – SP. Sem revisão do orador.) – Querida Senadora Ana Amélia, querido Senador Paulo Paim, que agora está na Presidência desta sessão do Senado, quero, hoje, dedicar-me, também, à análise das eleições, do avanço ocorrido para o Partido dos Trabalhadores, que conquistou um total de 624 prefeituras, que vem mantendo um crescimento constante desde 1982, quando disputou as eleições municipais pela primeira vez.
Em 82, conquistamos duas prefeituras – Diadema e Fortaleza –; em 1988, outra; depois, respectivamente, 38, 54, 116, 187, 409, 558; e 624 hoje. Ou seja, desde 1982, 1985, 1988, 1992, 1996, 2000, 2004, 2006 e 2012, o PT vem crescendo mais e mais. E inclusive, agora, há o fato de que 663 mulheres irão assumir prefeituras em 2013 – 12% dos prefeitos eleitos até agora. E, destas, 67 são prefeitas do PT, entre elas Elisa Costa, de Governador Valadares, em Minas Gerais; Conceição, de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro; Selma Bastos, de Goiás, em Goiás; e a Professora Lucimar, de Valparaíso de Goiás.
Conforme destacam as Deputadas Janete Pietá e Benedita da Silva, a eleição de Dilma Rousseff para a Presidência da República motivou muitas mulheres a participarem mais ativamente da vida política, e o Brasil, então, está vivendo um novo momento com a eleição da Presidenta Dilma.
Mas quero aqui ressaltar que o PT é um partido que vem ganhando significativamente mais e mais posições. Portanto, ao alcançar 628 prefeitos eleitos neste ano, até agora, sem contar com os que poderão ser eleitos no segundo turno, houve um avanço muito considerável. Hoje, o PMDB é o partido com maior numero de prefeitos, 1025; o PSDB, 693; e o PT, com 628, é o partido que, desde 1982, vem crescendo mais em número de prefeitos, enquanto outros têm registrado uma diminuição.
Mas, em especial, quero também destacar a eleição no Município de São Paulo, na nossa Capital do Estado de São Paulo, onde Fernando Haddad conseguiu ir para o segundo turno com cerca de 29% dos votos; 31% para o candidato do PSDB, José Serra. E, agora, ambos terão a oportunidade de se defrontar. Eu tenho a convicção de que será um debate do mais alto nível e, certamente, os dois terão a possibilidade de se confrontar com respeito às ideias e, sobretudo, aos programas.
Quero aqui destacar, Presidente Paulo Paim, a confiança que tenho na qualidade do programa de Fernando Haddad: Um Tempo Novo para São Paulo.
Trata-se de um documento que ele lançou no dia 13 de agosto e que tem 124 páginas. Cerca de mil pessoas contribuíram para que esse programa fosse elaborado sob a coordenação de Fernando Haddad; do Presidente do PT, o Vereador Antônio Donato, no Município de São Paulo.
Quero aqui destacar alguns trechos para que todos percebam a qualidade do programa do candidato Fernando Haddad e por que razão eu hoje manifesto minha confiança sobre a possibilidade concreta de ele se sagrar Prefeito de São Paulo no próximo dia 28 de outubro, em que pese a experiência e o conhecimento do ex-Ministro, ex-Senador, ex-Deputado Federal Constituinte, José Serra, também ex-Presidente da UNE.
Eu, inclusive, quando tinha 23 anos, em 1963 – tinha 22 anos à época – fui um dos que elegeram José Serra quando era Presidente do Centro Acadêmico Administração de Empresas. Então, eu o conheço desde aquela época, quando ele era Presidente do Centro Acadêmico do Grêmio Politécnico da Universidade de São Paulo, e eu, Presidente do Centro Acadêmico Administração de Empresas da FGV, em São Paulo. Então, comparecemos ambos ao Congresso da UNE, em Santo André, quando, inclusive, naquele dia, ouvimos a palavra do então Ministro da Educação do governo João Goulart, Paulo de Tarso Santos. Naquela oportunidade, eu fui um dos eleitores de José Serra, e nós tivemos muitos momentos de diálogo, de construção mútua, de respeito mútuo.
Tenho a maior consideração por ele, fomos colegas no Senado, mas eu, hoje, expresso a minha confiança muito grande em Fernando Haddad, que foi um dos assessores principais e chefe de gabinete do Ministro João Sayad, quando ele era Secretário de Planejamento do governo de Marta Suplicy. Depois, ele veio para o governo do Presidente Lula. Ele que, formado em Direito e com pós-graduação em Economia, também foi professor de Economia, no governo do presidente Lula, foi um dos principais assessores do então Ministro da Educação, Tarso Genro, hoje Governador do Rio Grande do Sul. Depois, ele se tornou Ministro da Educação e também continuou como tal no primeiro ano do Governo da Presidenta Dilma Rousseff.
Dada a sua capacidade, ele foi considerado por todos nós do Partido dos Trabalhadores, inclusive depois de termos participado de 33 reuniões plenárias zonais, presididas pelo Vereador Presidente do PT municipal, Antônio Donato, de que participaram milhares de filiados e simpatizantes do PT, de agosto de 2011 a novembro de 2011… Ali, a Senadora Marta Suplicy, hoje Ministra da Cultura, eu próprio e os Deputados Jilmar Tatto e Carlos Saratini éramos os pré-candidatos e participamos dos debates com todos os filiados, centenas presentes em cada reunião. Na última delas, 1,3 mil pessoas estavam presentes em Guaianases. E todos nós acabamos abrindo mão de nossas pré-candidaturas para que Fernando Haddad se tornasse candidato a prefeito, com todo o nosso apoio – de Marta, de Jilmar Tatto, de Carlos Zarattini, de mim próprio.
Eu o fiz com todo o entusiasmo, especialmente no dia em que Fernando Haddad disse que iria levar em consideração uma das principais propostas que eu tinha, qual seja, de fazer de São Paulo um exemplo pioneiro da Renda Básica de Cidadania, que inclusive está aqui no capítulo Solidariedade Social. E para que se tenha uma ideia clara da qualidade do programa de Fernando Haddad, quero aqui destacar alguns pontos, alguns dos capítulos, como, por exemplo, o que se refere ao Arco do Futuro – Um Tempo Novo para São Paulo.
A análise dos números e a visualização dos mapas dos principais indicadores de São Paulo mostram que se trata de uma cidade profundamente desigual e desequilibrada. As desigualdades e os desequilíbrios se constituíram ao longo do próprio processo histórico da formação da cidade. Foram poucas as autoridades estaduais e os prefeitos que pensaram e agiram na cidade a partir do planejamento. Muitos dos planos elaborados foram ficando amarelados ao longo do tempo, jazendo nas gavetas da burocracia e da ineficiência. Mudar os rumos e os sentidos dessa história não é fácil, mas é o que se propõe a candidatura de Fernando Haddad.
Os mapas da educação, renda, IDH-desigualdade, emprego, equipamentos e Serviços de Saúde e vulnerabilidade Social mostram indicadores num nível acima da média no Centro expandido da Cidade, um nível médio satisfatório no seu entorno e um nível muito abaixo da média na medida do afastamento do centro no sentido leste, sul e norte da cidade. As regiões central, sudoeste e o início da zona leste concentram os empregos, os melhores hospitais, as melhores universidades, a renda, a infraestrutura urbana e as oportunidades. Entretanto, não são as mais populosas da cidade. Quando os mapas dos indicadores são sobrepostos, é possível notar uma significativa área de coincidência entre as deficiências educacionais, de renda, de emprego, de saúde e de habitação, nos lugares mais afastados do centro. Além disso, as regiões menos desenvolvidas também são aquelas em que a desigualdade gera mais violência.
Embora o Plano Diretor Estratégico elaborado na gestão Marta Suplicy já tivesse apontado esta realidade e proposto ações e instrumentos para enfrentá-la, as administrações Serra/Kassab não implementaram a política proposta, baseada no desenvolvimento regional, microrregional e local, capaz de focar as necessidades específicas de cada região, efetivando políticas públicas com vistas a mitigar as fortes desigualdades existentes.
Os números demonstram que o modelo de desenvolvimento econômico e social de São Paulo continua concentrador e excludente. Se a cidade, via de regra, acompanha o crescimento econômico do País, a distribuição da riqueza e, especialmente, sua condição socioterritorial continuam padecendo dos mesmos males: as regiões ricas ficam mais ricas e as regiões pobres continuam pobres.
Enquanto o Brasil avançou na redução da pobreza e das desigualdades, as administrações de Serra e Kassab pouco fizeram em São Paulo para enfrentar este problema. São Paulo continua a viver a síndrome de “Belíndia”, concentrando no mesmo Município bolsões de riqueza e pobreza. Como os indicadores de desenvolvimento (PIB; PIB per capita; Índice de Gini e mesmo IDH) geralmente são medidos para o Município, há certo mascaramento da realidade. A zona sudoeste, por exemplo, que tem uma das melhores relações entre população/área habitada, concentra boa parte da renda e infraestrutura. Parte dos Municípios da Região Metropolitana, muitos deles superpopulosos, também gravita por São Paulo no que tange a emprego, serviços e aproveitamento de políticas públicas, tornando ainda mais complexa a tarefa de compreender os problemas da cidade e propor soluções para os mesmos.
Nos distritos dos extremos norte, leste e sul, o cidadão tem menos oportunidades: estuda menos, desloca-se muito mais para chegar ao trabalho, ocupa posições subalternas no trabalho e tem menos serviços públicos do Município à disposição.
Nos distritos dos extremos norte, leste e sul, o cidadão tem menos oportunidades: estuda menos, desloca-se muito mais para chegar ao trabalho, ocupa posições subalternas no trabalho e tem menos serviços públicos do Município à disposição.
A tabela aqui mostra a relação entre a proporção de habitantes da cidade com a proporção dos empregos formais. Por exemplo, na Sé, há 3,8% dos habitantes do Município e 17,1% dos empregos; em Pinheiros, 2,6% dos habitantes e 15,0% dos empregos; na Lapa 2,7% dos habitantes e 9,1% dos empregos; na Vila Mariana, 3,1% dos habitantes e 8,5% dos empregos. E continuamos a ver o outro extremo da tabela.
Por exemplo, São Miguel Paulista tem 3,3% dos habitantes, 0,7% dos empregos; Itaim Paulista, 3,3% dos habitantes, 0,6% dos empregos; Ermelino Matarazzo, 1,9% dos habitantes, 0,5% dos empregos; Guaianases, 2,4% dos habitantes, 0,3% dos empregos; Perus, 1,3% dos habitantes, 0,2% dos empregos; Parelheiros, onde justamente Fernando Haddad teve a maior proporção de votos – e eu ainda hoje estive lá, de manhã –, 1,2% dos habitantes, com 0,1% apenas dos empregos; em Cidade Tiradentes, onde houve o formidável comício com o Presidente Lula na semana passada, 1,9% dos habitantes, com 0,1% dos empregos.
Ora, esta relação mostra que as Subprefeituras que formam o centro expandido, contornadas pelo minianel viário, concentram 64,1% dos empregos e apenas 17,1% dos habitantes do Município. As outras 25 Subprefeituras concentram 82,9% dos habitantes, com apenas 35,9% dos empregos.
Além de ser a expressão-síntese de todas as outras desigualdades e desequilíbrios, essa tabela é reveladora de parte importante das razões que fazem São Paulo enfrentar graves problemas de mobilidade, com ruas congestionadas e com muitos trabalhadores gastando 2 a 4 horas para ir e voltar de seus locais de trabalho. Sem equacionar esses desequilíbrios entre moradia e emprego, que agregam também um desequilíbrio de renda, muitos outros problemas da cidade não terão solução.
Dados os desequilíbrios e as desigualdades existentes, a cidade de São Paulo poderá caminhar de forma esperançosa para o futuro nas próximas décadas se eleger prefeitos comprometidos com políticas públicas fortemente orientadas para a inclusão social e para a redução drástica das desigualdades apontadas.
Para que São Paulo se torne uma cidade de bem-estar e de bem viver, é preciso reduzir, principalmente, as desigualdades na localização do emprego e da moradia, na distribuição da renda e no acesso aos serviços públicos, que sintetizam as enormes desigualdades territoriais.
Para que São Paulo tenha um futuro adequado, suas várias regiões precisam se desenvolver de forma equilibrada. Somente sob a direção e a coordenação do Poder Público, este processo poderá alcançar êxito. Por isso, a questão política da escolha de um prefeito com esses valores e compromissos, que orientem uma visão de futuro, torna-se crucial.
Assim, o programa, depois de fazer esse diagnóstico, coloca essa proposição do Arco do Futuro como elemento estruturador de um novo modelo de desenvolvimento urbano.
A ideia de São Paulo como uma cidade radiocêntrica, constituída por um centro do qual divergem ou convergem várias vias radiais ligadas por artérias circulares ou concêntricas, tal como foi concebida pelo Plano de Avenidas, se tornou disfuncional para a vida urbana na cidade. A causa desta disfuncionalidade reside no fato de que a cidade real se expandiu de forma desordenada, sendo que o desordenamento se sobrepôs ao que havia de planejamento. O emprego se concentrou no centro expandido, enquanto que a moradia foi deslocada para a periferia, onde inexistem postos de trabalho, tornando obrigatório o desgastante e demorado deslocamento.
Um dos aspectos dessa disfuncionalidade reside no fato de que a cidade atual, apesar de ser extremamente expandida, é uma cidade monocêntrica, uma cidade que converge para o seu centro expandido, onde estão os empregos, a infraestrutura e os serviços, tornando-o completamente problemático. Este arranjo sequestra o tempo das pessoas, não mais apenas daquelas que moram na periferia e que perdem várias horas no transporte coletivo, como todos os demais habitantes, que ficam parados no imprevisível trânsito da cidade.
Dada essa realidade, não é possível pensar um caminho para a necessária mudança de São Paulo sem romper com o modelo monocêntrico, que caracteriza e inferniza a cidade. É preciso repensar o modelo urbano a partir de uma nova estrutura policêntrica, capaz de induzir o desenvolvimento econômico e a geração de empregos de modo a aproximar o trabalho da moradia, na perspectiva de se aproximar da sustentabilidade econômica, social e ambiental.
O candidato Fernando Haddad propõe que as novas centralidades se distribuam ao longo e no entorno de um arco, que se tornaria o fio condutor da nova estruturação da cidade ligada e articulada em rede, em suas principais atividades e funções.
O arco proposto seria formado por uma linha curva irregular estruturada em torno do centro expandido, que se alongaria em direção à Zona Leste, onde se concentra a maior parte da população da cidade. Esse arco começa na Avenida Cupecê, seguindo pelas Avenidas Vicente Rao e Roque Petroni; continua pela marginal dos rios Pinheiros e Tietê. Acompanhando as orlas ferroviárias, adentra pelo extremo norte da Zona Leste, ao longo da ferrovia, até alcançar e percorrer a Avenida Jacu Pêssego até seu limite sul.
Essa proposta estratégica, orientada para mitigar problemas do passado e garantir o futuro da cidade, oferece várias vantagens. A linha do arco é constituída por vias largas, agregando um viário adequado, e o adensamento é relativamente baixo nessas vias e avenidas, com exceção do trecho oeste ao longo da Marginal Pinheiros, o que permite desenvolver uma nova estruturação urbana.
A linha do arco é integradora de quase todas as subprefeituras, é confluência das principais estradas que chegam a São Paulo e se articula com Osasco, Guarulhos e as cidades do ABCD.
A primeira vantagem comparativa que a linha do arco oferece como nova fronteira do desenvolvimento urbano da cidade é que comporta várias áreas a serem adensadas de forma planejada, contribuindo para reduzir a pressão imobiliária, que tem gerado uma indesejável e excessiva verticalização construtiva, com baixa densidade populacional, no centro expandido.
A linha permite, assim, uma aplicação parcial do conceito de cidade compacta, acompanhada de um planejamento capaz de garantir a qualidade de vida e respeito ao meio ambiente.
A linha permite, assim, uma aplicação parcial do conceito de cidade compacta, acompanhada de um planejamento capaz de garantir a qualidade de vida e respeito ao meio ambiente.
Normalmente associado às cidades centralizadas, o conceito da cidade compacta vem sendo cada vez mais utilizado em grandes metrópoles desorganizadas e dispersas. Seu uso requer, entretanto, um cuidado especial, para que não gere e justifique processos imobiliários meramente especulativos.
Compactar a cidade de forma adequada é o que se pretende ao se propor um arco de desenvolvimento econômico e de estruturação urbana externo ao centro expandido.
Nele a verticalização planejada e não especulativa tem a vantagem de encurtar distâncias, reduzir o uso do automóvel, o consumo de energia e a poluição do ar e aumentar a permeabilidade do solo. É por isso que esse conceito é constitutivo da ideia de cidade sustentável e saudável.
A proposta defende que as transformações urbanísticas ao longo do arco gerem adensamento de estabelecimentos geradores de postos de trabalho, ao mesmo tempo em que comporte o uso residencial.
O objetivo é alterar o padrão de ocupação do solo nas extensas áreas marcantemente horizontais, que caracterizam a periferia da cidade, através de uma verticalização planejada capaz de garantir o aumento significativo das áreas verdes, sem perda da densidade populacional.
Ao longo da linha do arco e no seu entorno, podem ser encontradas áreas em situações diferentes. Para induzir o desenvolvimento em todo o perímetro do arco, o Município oferecerá incentivos em razão inversa à demanda do mercado imobiliário. Desta forma, algumas áreas terão incentivos fiscais e isenção ou redução da outorga onerosa do direito de construir, enquanto outras não demandarão qualquer tipo de apoio econômico pelo poder público. A área ao longo das avenidas Jacu Pêssego e Cupecê, por exemplo, estará isenta do pagamento da outorga onerosa, será objeto de incentivos fiscais para seu adensamento, e a Prefeitura deverá atuar para atrair e facilitar os investimentos, em especial os geradores de emprego.
Assim, Sr. Presidente, toda a extensão da linha do Arco do Futuro agregará algumas características que os especialistas definem como características das cidades sustentáveis, a saber:
• Diversidade de atividades, principalmente em serviços, de modo que as pessoas possam se deslocar a pé para atender suas necessidades;
• Elevada densidade populacional e de postos de trabalho;
• Divisão do solo em pequenas áreas para permitir a viabilização da diversidade de atividades;
• Sistema público de transporte eficaz e de qualidade;
• Sistema público de transporte eficaz e de qualidade;
• Aumento das interações sociais e econômicas locais e disponibilidade de espaços públicos para o convívio;
• Alto nível de acessibilidade local e regional;
• Alto nível de acessibilidade local e regional;
• Alta conexão de ruas e vias, com ciclovias, calçadas e passeios largos e áreas verdes.
Assim, tenho a convicção, Sr. Presidente Paulo Paim, que o plano de Fernando Haddad… E, ainda agora, com as regras da Justiça Eleitoral para o segundo turno, o que vai propiciar a realização de oito debates pelos meios de comunicação, bem como horário eleitoral em igualdade de condições para os candidatos do PT, PCdoB, PSDB e seus partidos coligados.
Assim, tenho a convicção, Sr. Presidente Paulo Paim, que o plano de Fernando Haddad… E, ainda agora, com as regras da Justiça Eleitoral para o segundo turno, o que vai propiciar a realização de oito debates pelos meios de comunicação, bem como horário eleitoral em igualdade de condições para os candidatos do PT, PCdoB, PSDB e seus partidos coligados.
Quero destacar que, nos capítulos sobre o desenvolvimento urbano, sobre os programas educacionais, política habitacional e fundiária, mobilidade urbana e de transporte público, nos capítulos relativos à melhoria do sistema de saúde, gestão do sistema de saúde, atenção básica de saúde, o pronto atendimento, nas proposições relativas à educação, ainda mais de um ex-Ministro da Educação, que trabalhou por 8 anos nessa área.
Vou destacar os seus pontos de programa de educação integral, da retomada da rede CEU. Ele vai retomar o projeto educacional original dos Centros de Educação Unificada, articular as escolas em torno dos CEUs para que elas utilizem seus espaços; vai construir mais 20 CEUs nos próximos 4 anos. Os CEUs foram uma iniciativa do governo de Marta Suplicy e foram altamente aprovados por todos. Vai promover a universalização das oportunidades de educação infantil, o atendimento a todas as crianças de 4 a 5 anos, com ampliação das vagas em creches e centros de atendimento do programa Pró-Infância. Além disso, vai combater o analfabetismo, promover a alfabetização na idade certa, a integração família-escola, rever a divisão dos ciclos de aprendizagem e tantas outras coisas de que não terei tempo suficiente para falar.
Destaco, no capítulo da cultura e também de esporte…
Aqui eu gostaria de referir-me, no capítulo Solidariedade Social, Sr. Presidente, à Renda Básica de Cidadania: “Será implantado o Renda Básica de Cidadania por etapas a critério do Poder Executivo, em parceria com os governos estadual e Federal, beneficiando igualmente todos os habitantes, não importa sua origem, raça, sexo, idade, condição civil ou socioeconômica. A implantação da Renda Básica de Cidadania será por etapas, até que se torne um direito universal”. Se fosse hoje, para os 11,3 milhões de habitantes.
Sr. Presidente, eu gostaria de concluir com as informações relativas à evolução do programa Bolsa Família em São Paulo, no Estado de São Paulo e no Brasil.
Sr. Presidente, eu gostaria de concluir com as informações relativas à evolução do programa Bolsa Família em São Paulo, no Estado de São Paulo e no Brasil.
Quero destacar que, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social, em todo o Brasil, hoje, há um total de 17.980.388 famílias com renda per capita mensal de até R$140,00 que potencialmente poderiam ser inscritas no programa Bolsa Família. Dessas, estão inscritas 13.724.590, correspondendo, portanto, a 76,3%. No Estado de São Paulo, são 1.862.541 famílias com renda per capita mensal de até R$140,00, e há 1.229.870 de famílias inscritas, correspondendo a 66%. Portanto, São Paulo está abaixo daquilo que está sendo obtido em todo o Brasil: 76,3%. No Município de São Paulo, há 388.853 famílias cadastradas com renda per capita mensal de até R$140,00, e apenas 222.491 famílias estão inscritas efetivamente. Portanto, há um índice relativamente baixo de 57,2%. Isso contrasta com inúmeros outros Municípios. Por exemplo, no Município de Osasco, vizinho a São Paulo, 80,38% das famílias são atendidas; em Guarulhos, 73,61%; São José dos Campos, 74,12%; Ribeirão Preto; 64,53%; Sorocaba, 54,83%; Campinas, 66,40%.
Por que – pergunto ao Prefeito Gilberto Kassab – apenas 57,02% das famílias que teriam o direito de estarem inscritas no programa Bolsa Família estão inscritas? Nitidamente São Paulo está atrasado no que diz respeito aos objetivos da chamada busca ativa, que foi anunciada pela Presidenta Dilma Rousseff em junho de 2011, quando ela conclamou todos os governos estaduais, municipais e organizações empresariais e sindicais da sociedade civil para que ajudassem no objetivo de inscrever todas as famílias que teriam essa possibilidade. Então, certamente, São Paulo precisa avançar muito mais. E vai acontecer isso com Fernando Haddad.
Eu quero aqui registrar, Sr. Presidente, que, desde 1º de junho até hoje, estive presente em 81 cidades de São Paulo. Infelizmente, não consegui atender os 642 Municípios, mas quero aqui reafirmar que procurarei fazê-lo ao máximo. Na verdade, fiz quase cem visitas. Alguns Municípios cheguei a visitar duas, três vezes. Mas estou procurando atendê-los ao máximo. Inclusive, naqueles Municípios onde há o segundo turno, no Estado de São Paulo, em especial, procurarei estar presente para apoiar todos os candidatos a prefeito, em especial, os do Partido dos Trabalhadores, apoiados por nossa coligação.
(Soa a campainha.)
O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT – SP) – No Município de São Paulo como em todos os demais Municípios, tenho procurado conclamar os candidatos a prefeito, instá-los a fazer de seus respectivos Municípios exemplos pioneiros da renda básica de cidadania. O primeiro de todos os Municípios, no Brasil que aprovou lei nesse sentido, Santo Antônio do Pinhal, por iniciativa do Prefeito José Augusto de Guarnieri Pereira, o seu candidato à sucessão, Junior, também do PT, obteve nada menos do que 59,9% dos votos, ou seja, 60% dos votos. E ele vai levar adiante o propósito de fazer de Santo Antônio do Pinhal o exemplo pioneiro da Renda Básica de Cidadania.
Permita-me, Sr. Presidente, aqui fazer o registro de que o próximo dia 21 de setembro é considerado o Dia Internacional da Paz, pela Resolução nº 55282, da Assembleia-Geral das Nações Unidas, aprovada por unanimidade, com a finalidade de comemorar e fortalecer os ideais da paz entre todos os povos.
A cada ano, diz a resolução, dia 21 de setembro deve marcar e ser observado como o dia do cessar fogo global, da não violência, como um convite a todas as nações e pessoas para a suspensão de toda e qualquer hostilidade durante as 24 horas do dia.
Agradeço a sugestão do Dr. Sílvio Luiz Alves de Teodoro, médico-cirurgião, de Ourinhos, que, no nosso Estado de São Paulo, insta a todos nós de lembrarmos-nos desse Dia Internacional da Paz. A propósito, quero saudar o jogo da Seleção Brasileira que vai se realizar em Malmo, entre a Seleção do Brasil e a Seleção do Iraque, hoje dirigida pelo nosso querido técnico Zico, campeão mundial, que foi especialmente do Flamengo, e que hoje dirige a Seleção do Iraque.
Jofran Vieira, técnico da Seleção do Iraque, que conseguiu levá-la a Copa Asiática, em 2007, disse que, no começo, foi muito difícil fazer os xiitas passarem a bola para os sunitas, para os curdos e assim por diante. Mas, quando ele conseguiu harmonizar a todos, levou-os a ganhar a Copa Asiática.
Quando o Zico foi convidado para ser o técnico da Seleção do Iraque, telefonei para ele, desejei boa sorte e disse que seria ótimo se um dia o Brasil jogasse com o Iraque também para transmitir o quanto o futebol é um esporte que faz as pessoas se darem bem umas com as outras. É também um movimento para a paz. Então que o jogo Iraque e Brasil, de quinta-feira próxima, seja um passo importante para que haja paz no Iraque.
Quando o Zico foi convidado para ser o técnico da Seleção do Iraque, telefonei para ele, desejei boa sorte e disse que seria ótimo se um dia o Brasil jogasse com o Iraque também para transmitir o quanto o futebol é um esporte que faz as pessoas se darem bem umas com as outras. É também um movimento para a paz. Então que o jogo Iraque e Brasil, de quinta-feira próxima, seja um passo importante para que haja paz no Iraque.
Sr. Presidente Paulo Paim, muito obrigado por sua tolerância.
O SR. PRESIDENTE (Paulo Paim. Bloco/PT – RS) – Muito bem, Senador Eduardo Suplicy.
To top
Como hoje não tem sessão deliberativa, é natural que a Presidência seja mais flexível, e V. Exª fez um belo pronunciamento falando, inclusive, do Programa do Ministro Haddad, hoje candidato à frente de São Paulo, detalhando e falando, também da sua história em relação à renda mínima.
Tenho certeza de que os prefeitos e prefeitas que ouviram o seu conselho estarão levando justiça social para os nossos homens e mulheres das cidades que o senhor visitou.
Parabéns pelo pronunciamento.
O SR. EDUARDO SUPLICY (Bloco/PT – SP. Fora do microfone.) – E assim promover a paz baseada na justiça.