Suplicy homenageia, em plenário, Jair Rodrigues

Com a morte de Jair Rodrigues, para Suplicy,
Brasil perdeu um dos maiores nomes da MPB

Senador, notório fã de música, entoou trecho de famosa canção do artista

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) apresentou, nesta terça-feira (13), requerimento de pesar pela morte do cantor Jair Rodrigues. Para Suplicy, o Brasil se despediu no último dia 8 de maio de um dos maiores nomes da Música Popular Brasileira.

Suplicy homenageia, em plenário, Jair Rodrigues

“De um lado, a tristeza de termos perdido esse afrodescendente brasileiro, que tanto honrou o Brasil. Mas, por outro lado, todos estaremos sempre contagiados pela alegria de suas canções, sua forma tão alegre de ser e de proporcionar tanta felicidade ao povo brasileiro”, afirmou o petista.

Em sua despedia, Suplicy recordou os encontros com o cantor, quando muitas vezes teve a oportunidade de cantar com ele ou com os filhos do músico, Jairzinho e Luciana. E também entoou algumas estrofes de uma das canções mais conhecidas de Jair, Disparada, e da música que Jairzinho fez em homenagem ao pai, O Sorriso.

Biografia

Jair Rodrigues de Oliveira, nascido em Igarapava no interior de São Paulo em 6 de fevereiro de 1939, deu voz a sambas e bossas em mais de 50 anos de carreira que lhe renderam ainda o apelido de Pai do Rap Brasileiro.

De crooner em casas no interior de São Paulo a cantor profissional o prazo foi de três anos. Tudo começou nos anos 60, em programas de calouros. O registro de estreia do cantor é de 1962. Trata-se de um disco de 78 rotações com as canções Brasil sensacional e Marechal da vitória, que tinham como tema a Copa do Mundo daquele ano, no Chile, vencida pela seleção brasileira.

O primeiro LP é Vou de samba com você (1964), que tinha Deixa isso pra lá. “A canção fez Jair ser considerado pioneiro do rapper no Brasil, com versos mais falados do que cantados na música, originalmente um samba, que ganhou popularidade, também, graças à coreografia feita com as mãos”, ressaltou Suplicy.

Jair Rodrigues também ficou conhecido pelo trabalho ao lado de Elis Regina. Os dois iniciaram a parceria em 1965 e lançaram o disco ao vivo Dois na bossa. A boa repercussão do LP rendeu convite para apresentar o programa O Fino da Bossa, que estreou em maio daquele ano na TV Record. Com Elis, o cantor lançou em 1966 e 1967, outros dois volumes da série Dois na bossa.

A vitória no 2º Festival de Música Popular Brasileira, em 1966, foi outro ponto marcante da trajetória de Jair Rodrigues. O cantor concorreu com Disparada, escrita por Geraldo Vandré e Teo de Barros. Na final, dividiu o 1º lugar com A banda, composição de Chico Buarque interpretada, na ocasião, por Nara Leão.

No IV Festival de Música Popular Brasileira, em 1968, Jair Rodrigues também se destacou com a música A família, de Chico Anysio e Ari Toledo, que ficou em 3º lugar para os jurados, mas em 2º para o júri popular.

Nos anos 70 o cantor se dedicou mais intensamente ao samba. Em 1971, lançou o LP Festa para um rei negro. Uma das canções era o samba-enredo que deu título ao trabalho, defendido pela escola de samba Acadêmicos do Salgueiro. A música era conhecida pelo refrão: “Ô lê lê, ô lá lá/ pega no ganzê/ pega no ganzá”.

Na década de 1980, vieram álbuns de temática mais popular e por vezes romântica, caso de Estou lhe devendo um sorriso, Alegria de um povo, Jair Rodrigues de Oliveira e Carinhoso. Na década de 1990, houve uma predileção pela música sertaneja e caipira e por uma revisão de gêneros desde o seu início como artista.

Em 2012, participou de eventos que lembraram os 30 anos de morte da cantora e antiga parceira Elis Regina. Nos últimos anos o cantor seguia na ativa em projetos com os filhos em discos lançados por ele, ao participar de homenagens para Elis.

O cantor se despediu dos palcos e da música na última terça-feira (6), durante uma apresentação no Hotel Guanabara, em São Lourenço, Minas Gerais. Segundo o organizador do show, Daniel Moura, Jair cantou e dançou por mais de uma hora, demonstrando a típica alegria e vitalidade.

O cantor plantou bananeira no palco e fez uma homenagem para Elis Regina. Segundo Moura, antes de apresentar Romaria, conversava com a cantora como se ela estivesse no palco: “Olha, Pimentinha, manda um abraço para São Pedro porque eu não estou com pressa”.

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