Suplicy mostra preocupação com o custo dos ingressos nos estádios

De acordo com o senador petista, mesmo com a modernização das arenas, parte dos ingressos deve ser voltado ao público de baixa renda.

Suplicy mostra preocupação com o custo dos ingressos nos estádios

“Se possível, que haja sempre preços populares
para a população de baixa renda”

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), durante a audiência da Subcomissão Permanente da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016 do Senado, realizada nesta terça-feira (13), com a presença do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, mostrou preocupação com o aumento nos valores dos ingressos praticados nas novas arenas e pediu ao ministro atenção para que, ao menos parte dos ingressos para as partidas de futebol praticadas no Brasil possam ter preços populares e possibilitar que o cidadão de baixa renda possa continuar a frequentar os estádios.

“Se possível, que haja sempre preços populares para a população de baixa renda. Certamente essa é uma iniciativa que conta com o apoio do ministro. Percebi que, em algumas ocasiões, a população carente nem tem comparecido em grande quantidade nesses novos estádios e, acredito que essa também é uma preocupação do ministro do Esporte”, disse.

Em resposta ao senador, o ministro Aldo Rebelo relatou que essa é uma de suas preocupações e, que durante o processo de discussão da Copa do Mundo com a Fifa, ele solicitou aos membros da Federação que pudessem ser distribuídos ingressos para a população de baixa renda e indígenas, para que esses grupos possam acompanhar o evento.

“Eu apresentei essa preocupação para a Fifa. Quando conversei com eles, no primeiro contato, relatei que a Copa do Mundo seria realizada num País muito bonito, com muitas virtudes, mas, que ainda possui suas desigualdades. Ficaria muito ruim se excluíssem a população mais pobre dos estádios. A Fifa, num primeiro gesto, cedeu 50 mil ingressos da Copa para serem distribuídos gratuitamente entre pessoas carentes e índios. A Copa será realizada em Cuiabá e em Manaus. Como se olhar para um jogo na Arena Pantanal e não encontrar um índio assistindo o jogo?”, relatou. “A outra preocupação que temos, é que a desejável modernização dos estádios traga a indesejável exclusão da população mais pobre dos estádios. Se o futebol perder esse laço, ele perde muito do seu encanto”, destacou.

Mandatos de entidades esportivas
Com relação aos mandatos de dirigentes esportivos, como os casos da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), o ministro Aldo Rebelo apontou que não acredita que seria uma “interferência desmedida” se ocorresse uma mudança na legislação que permitisse estabelecer mudanças nos períodos de mandato dos dirigentes dessas entidades. 

“Nós temos hoje, uma legislação que afasta o Estado dos negócios das entidades esportivas. Isso foi tratado logo depois da redemocratização do País. No entanto, acredito que regras que estabeleçam limites para tempo e número de mandatos não desrespeitam a autonomia dessas entidades. Essas são regras que colocarão as entidades esportivas em sintonia com o espírito geral do País. Se você tem limite para mandatos de todos os cargos públicos, não seria uma interferência desmedida se estabelecêssemos essas regras. Nós devemos caminhar nesse sentido, no amadurecimento da vida democrática brasileira”, disse.
 

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