O temor de um possível confronto nuclear entre Irã e Israel levou o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) a se manifestar no plenário do Senado nesta quarta-feira (15/02). Na avaliação do parlamentar, o Oriente Médio, e especialmente o Irã, é um parceiro econômico estratégico para o mundo. E, por isso, o Brasil tem um papel importante a cumprir para a manutenção da paz na região. “O que acontece lá repercute no planeta, inclusive no Brasil. A instabilidade do Oriente Médio tem efeitos negativos na economia e política mundiais. É interesse nacional contribuir para que aquela região se pacifique”, afirmou.
Como forma de dimensionar o impacto do Oriente Médio nas relações comerciais, Suplicy lembrou que neste ano as exportações brasileiras para a região deverá alcançar US$9 bilhões, cifra que só vem crescendo desde o início da década, quando exportávamos cerca de US$2 bilhões. Tudo isso graças a uma política iniciada nos anos 80 e retomada no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. E para o senador esses índices ainda podem ser potencializados.
“Ao contrário do que afirmam alguns conservadores, o Oriente Médio é de grande relevância para o Brasil, o que impõe o estreitamento de nossas relações com todos os países da região. Em primeiro lugar, há o aspecto econômico e comercial. O Oriente Médio é uma região rica em petróleo e gás natural, mas carente de uma agricultura competitiva e de indústrias diversificadas. Coisas que o Brasil tem. Em outras palavras, as economias do Oriente Médio e a economia brasileira são complementares, o que cria um enorme potencial de cooperação”, avaliou.
O parlamentar também ponderou que, além dos impactos econômicos, um conflito entre Irã e Israel teria dimensões terríveis até do ponto de vista social, pois culminaria na morte de milhares de pessoas inocentes e poderia inclusive repercutir na vida dos palestinos. E sob esse ponto de vista, para Suplicy, a visita oficial da presidente da República, Dilma Rousseff, ao presidente norte-americano Barack Obama, prevista para o dia 9 de abril, poderia ser estratégica para a construção de um diálogo capaz de evitar o confronto no Oriente Médio.
Leia a íntegra do discurso de Eduardo Suplicy