O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) rechaçou, nesta quinta-feira (24/05), no plenário, as informações publicadas pela imprensa de que poderia votar favoravelmente ao senador Demóstenes Torres (ex-DEM-GO) no processo a que ele responde no Conselho de Ética. Investigado pela suposta quebra de decoro parlamentar por suas relações com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, Demóstenes esteve, nesta quarta-feira (23/05) no plenário do Senado, e cumprimentou parlamentares, inclusive Suplicy.
A edição de hoje do Jornal O Globo traz matéria afirmando que o senador goiano articula a sua absolvição junto a seus pares. Suplicy ocupou a tribuna para esclarecer que a saudação ao colega não passava de uma cortesia com um colega.
“Quando o vi, cumprimentei-o, estendi a mão. Trata-se de uma atitude de boa educação cumprimentar as pessoas que conhecemos, mesmo quando dela divergimos”, disse Suplicy. E, dirigindo-se à repórter que assina a matéria, insistiu que “o fato de senadores terem cumprimentado, dado a mão a Demóstenes Torres e dizer boa tarde não significa propriamente que tenha tomado qualquer decisão a respeito do seu destino, seja no Conselho de Ética, seja na Comissão Mista Parlamentar de Inquérito”.
“O fato de termos boa educação e cumprimentar uma pessoa, mesmo que eventualmente discordando do seu procedimento, de maneira alguma significa já uma definição do voto que darei”, disparou o senador paulista.
Eduardo Suplicy afirmou ainda que estudará todos os elementos contidos no parecer do senador Humberto Costa (PT-PE), relator do caso no Conselho de Ética para se posicionar se a decisão chegar ao plenário da Casa. “Meu cumprimento não significa uma decisão. Se houver, aqui, decisão em plenário, eu me sentirei na responsabilidade de ouvir bem todos os elementos, tanto os relativos ao eventual processo de cassação de mandato, como, também, a defesa do Senador Demóstenes Torres”, comprometeu-se.
Giselle Chassot