Uma grande homenagem aos personagens negros que fizeram a história do Brasil e do mundo. Esse foi o tom do pronunciamento do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), na sessão solene desta manhã (21/11) que homenageou o Dia Nacional da Consciência Negra.
O senador paulista abriu seu discurso relembrando a criação do mundo conforme a tradição iorubá:. “Depois que Olorum criou o universo e a Terra, Obatalá, seu primeiro filho, o mais velho dos orixás, o senhor dos panos brancos, criou as plantas, os animais e os homens. A eles deu o Ori, que é a “cabeça”, a capacidade de pensar, de discernir e de criar.
Ori é mais do que a cabeça física do homem ou da mulher, é a força da natureza que habita essa cabeça, é o orixá que acompanha o ser humano do seu nascimento à sua morte, é a impressão digital de cada um de nós. Ori, portanto, é a nossa consciência. Por que estou falando isso? Justamente em alusão ao 20 de novembro, dia no qual celebramos o Dia da Consciência Negra e no qual quero buscar a união dos nossos oris, das nossas consciências, em busca da construção de um país melhor, de um mundo livre de toda e qualquer discriminação racial”,
Ele prosseguiu : “Seja qual for sua divindade suprema – Olorum, Deus, Alá, Shiva, Brama, Zeus, Tupã, Júpiter, Amon-Rá –, o fato é que ela não criou a raça negra, branca, vermelha ou amarela fazendo distinção entre uma e outra. Independentemente de cor, de credo, de origem ou de classe social, pertencemos originalmente a uma só raça, a raça humana”
Suplicy afirmou que o Dia da Consciência Negra não é um data em que se deva lembrar uma casta mas, sim, “para reafirmarmos a nossa igualdade, reconhecendo, por exemplo, a contribuição dos negros para a formação do nosso País” E emendou: “A consciência negra nos leva a resgatar a identidade de um povo que foi inferiorizado durante séculos por conta da cor de sua pele.”
Para o senador, a data é uma grande oportunidade para que todos os brasileiros se inspirem no exemplo de grandes homens que fizeram a história do Brasil e do mundo. “É uma oportunidade de nos mirarmos no exemplo de luta, de sonho, de vida do Zumbi dos Palmares, de Martin Luther King Jr., de Nelson Mandela. Oportunidade de pedirmos a benção à Mãe Menininha do Gantois, de aprendermos com Abdias do Nascimento, de sorrirmos com Grande Otelo. Oportunidade de reverenciarmos as esculturas de Aleijadinho, os gols de Pelé, de Neymar, os sambas de Cartola, as poesias de Cruz e Sousa, a genialidade de Milton Santos.”
E seguiu enumerando diversos homens e mulheres afrodescendentes que tiverem e tem papel decisivo nas artes, na política, na música, nos esportes e nos destinos de povos e pessoas.
Veja a íntegra do pronunciamento do senador Suplicy
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