Para o senador, a abolição da escravatura não se completou porque os negros são maioria em termos de população e minoria em termos de cidadania.
No dia da Consciência Negra, um apelo pela concretização da Renda Básica de Cidadania. Para o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), é possível unir as duas propostas: respeito à raça negra e defesa da dignidade dos mais necessitados. Em pronunciamento no plenário na tarde dessa terça-feira (20/11) para lembrar a data, o senador paulista defendeu a concretização da lei que, segundo ele, tornará o País definitivamente livre de preconceito “em todas as suas formas e escalas”.
Para Suplicy, a renda básica representaria o fim do apartheid social que é ainda muito forte no Brasil. “A Consciência Negra, assim como o teor da Lei 10.835/2004, nos ensina que a luta deve ir além da discriminação racial, pregando uma sociedade livre e justa”, disse o emocionado parlamentar para quem, apesar dos avanços promovidos no Brasil e de uma lei que aboliu a escravatura – a Lei Áurea – não houve ainda como apagar séculos e séculos de uma cultura voltada à escravidão e inferiorização do negro. “Mais de cem anos depois da abolição, os negros ainda não são livres de fato, não tendo as mesmas condições de educação, de renda, de emprego, de saúde e de sobrevivência que os brancos”, lembrou.
O senador defende a tese de que a abolição da escravatura no Brasil não se completou totalmente, porque os “afrodescendentes são maioria em termos de população e minoria em termos de cidadania”.
Depois de enumerar em seu discurso a necessidade de conseguirmos uma sociedade mais justa, Suplicy enfatizou: “Milito em favor da aplicação da RBC como quem milita por uma abolição de verdade”.
E conclamou os negros a lutarem pela sua causa: “E como não basta uma consciência negra, mas uma consciência negra ativa, rebelde, transformadora para lutar pela verdadeira liberdade, os negros precisam, em uníssono, dizer à presidenta Dilma Rousseff que a aplicação da RBC é o caminho mais fácil, certo e rápido para se chegar a uma nação justa”.