Suplicy: números mostram que a economia real está bem melhor do que a expectativa do mercado |
Os balanços sobre o desempenho da economia no início de 2014 desconstroem a análise da agência de classificação de risco Standard & Poor’, que rebaixou a nota de crédito no Brasil nesta semana. A avaliação é do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que ao discursar do plenário na tarde desta quinta-feira (27) fez questão de listar os resultados dos indicadores de atividade econômica, como renda, emprego, produção industrial e vendas do varejo. Os números, segundo Suplicy, edificam “o retrato de uma atividade superior a das expectativas do mercado”.
O senador observou que nem o mercado financeiro conferiu muita credibilidade à avaliação da Standard & Poor’. O principal termômetro dos investidores, a Bolsa de Valores, se manteve aquecida nos últimos dias e a taxa de câmbio não recuou. “Até agora, o impacto não foi relevante sobre o custo de capital. Isso demonstra que o mercado reagiu com total confiança na política econômica brasileira. Acredito que o futuro ratificará a solidez dos nossos fundamentos macroeconômicos”, acredita Eduardo Suplicy, que é economista por formação.
Recentemente, um dos mais capacitados analistas de política econômica internacional e Prêmio Nobel de Economia, Paul Krugman, fez uma avaliação semelhante a de Suplicy. Krugman também atestou a estabilidade da economia brasileira. O senador petista, em seu discurso desta tarde, chegou a ler alguns trechos de entrevistas que Paul Krugman cedeu em recente visita ao Brasil. À revista Carta Capital, por exemplo, o economista premiado afirmou: “O Brasil de hoje não é, definitivamente, um caso típico de país vulnerável a ataques especulativos”.
Dados oficiais
Para o parlamentar petista, os dados oficiais confirmam as leituras dele e de Paul Krugman e se contrapõem às projeções dos analistas mais comumente consultados pela imprensa. Suplicy explicou que as pesquisas sobre emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam: “A aceleração do ganho real foi acompanhada por um aumento mais forte nas contratações com carteira assinada no primeiro bimestre, reforçando a massa salarial e, por consequência, dando um fôlego extra ao consumo”.
De acordo com o IBGE, o rendimento médio real de janeiro foi 3,6% superior ao de igual período do ano anterior, marcando o terceiro mês seguido de ganho real. Além disso, no ano de 2013, a taxa de desemprego média apurada pelo instituto, nas seis principais regiões metropolitanas do País, ficou em 5,4% – menor média anual desde o início da série histórica da taxa de desemprego em 2003. Em fevereiro de 2014, a taxa de desocupação foi estimada em 5,1% – menor taxa para o mês de fevereiro desde o início da série histórica em 2002.
No comércio, os resultados também são positivos. No primeiro bimestre, Pelos dados da Serasa Experian, o movimento nas lojas foi 6% superior ao dos dois primeiros meses de 2013. “Ou seja, os consumidores continuam acreditando na economia”, concluiu Suplicy. “No primeiro bimestre a inflação de alimentos foi menor do que em 2013, o que liberou renda para outros bens”, completou.
O início de ano mais forte do que o esperado se estendeu a outros segmentos da indústria. As vendas de aços planos, por exemplo, subiram 16,4% sobre o primeiro bimestre do ano passado e as vendas internas de produtos químicos aumentaram 3,3%, no mesmo período. Algumas consultorias projetavam um mês de fevereiro mais fraco, mas com os indicadores já disponíveis passaram a estimar alta de 0,6% da produção industrial no período, após avanço de 2,9% em janeiro, feitos os ajustes sazonais.
“As informações que apresento confirmam o êxito da política econômica da presidenta Dilma Rousseff e do principal ministro da área econômica, Guido Mantega [Fazenda], no sentido de estimular o crescimento econômico com estabilidade de preços e combate à fome e à desigualdade social, que são as condições necessárias para a construção de uma sociedade mais justa e menos desigual”, afiançou Eduardo Suplicy.
Catharine Rocha
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