Suplicy volta a defender fim de testes de cosméticos em animais

Para o senador, proibição salvará milhares de animais, expandirá o mercado de testes de toxicidade in vitro no Brasil e gerará novos investimentos em métodos alternativos.
 

Fim dos testes, segundo o parlamentar,
renderá inclusive novos mercados para
produtos brasileiros (Agência Senado)

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), defendeu, na última quarta-feira (20), a aprovação da proposta de cientistas conceituados que recomendam que o Brasil proíba testes de cosméticos em animais. O petista lembrou que a recomendação da Human Society International (HSI), feita em setembro de 2013, está sendo discutida esta semana em reuniões do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea). A proposta é apoiada por diversos defensores dos direitos dos animais.

“Testar a toxicidade de cosméticos em animais causa muito sofrimento para coelhos e roedores e já é proibido em toda a União Europeia, Israel e Índia. Nesses países, a proibição é colocada em prática por meio de uma política de “inovação responsável”: As empresas podem inovar, usando os milhares de ingredientes já existentes com um histórico de uso seguro e recorrendo a métodos alternativos”, disse o senador paulista.

“A inovação responsável aumenta o conforto dos consumidores ao comprar cosméticos, devido às fortes objeções éticas aos testes com animais”, emendou Suplicy. O senador ainda relatou que, em janeiro deste ano, o estado de São Paulo introduziu a proibição total desse tipo de testes. São Paulo abriga mais de 700 das 2.300 empresas de cosméticos do País, mais do que qualquer outro estado brasileiro.

Suplicy citou o caso da indústria Natura, uma das maiores empresas do setor no mercado nacional, para relatar que já existem centenas de empresas no Brasil que produzem cosméticos sem a utilização de testes animais. “Essa proibição salvará milhares de animais, expandirá o mercado de testes de toxicidade in vitro no Brasil e gerará novos investimentos em métodos alternativos. Além disso, vai remover barreiras comerciais com mercados estratégicos em países desenvolvidos e emergentes, como o bloco da Comunidade Europeia, onde cosméticos testados em animais não podem ser vendidos. E isso é importante, nós sabermos”, concluiu.

Caso Royal
A questão entrou na pauta de discussões em outubro do ano passado, quando um grupo de ativistas dos direitos dos animais invadiu o Instituto Royal, em São Roque (SP). Na oportunidade, eles libertaram 178 cães da raça beagle mantidos pelo laboratório, chamando a atenção para as condições em que são mantidos os animais utilizados em testes de medicamentos e cosméticos. Segundo os ativistas, os cães sofriam maus tratos e mutilações no local.

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